Respostas
Resposta:
O cinema, mesmo tendo surgido em meio à exploração comercial do mercado de
atrações e entretenimento urbano do final do século XIX, não firmou naturalmente sua
fruição apenas nos moldes comerciais, nem centrada na espectação do filme. O processo de
domesticação do público para o espetáculo cinematográfico, que testemunhou em paralelo
as experiências antagônicas do cinema educador, do cinema católico e do cinema militante
no começo do século XX, expõe a alternativa histórica a outro tipo de controle do cinema
que não apenas o comercial. A organização do acesso e da distribuição dos filmes ao
público deu origem a diversas formas institucionais nos termos de exibição: a sala de
cinema comercial, forma principal do cinema instituição; o cinema ambulante; o cinema
militante; o cinema escolar; o chamado cineclube, a partir da década de 1920, entre tantos
outros.2
A sala de cinema comercial, a olhos vistos, se expandiu mundialmente de maneira
massiva e incontestável. Procuraremos apresentar neste artigo que essa expansão, ou
industrialização do cinema – que teve como principal espaço a França dos primeiros anos
do século XX, e só posteriormente os Estados Unidos a partir de 1914 –, desenvolveu-se
em lógica empresarial que buscava explorar ao máximo a reprodutibilidade do filme e a
multiplicação do número de espectadores. A intenção dessa reflexão é destacar, a partir do
caso “Doyen contra a Pathé”, que esse fenômeno dependia, entre determinados fatores, da
estabilidade jurídica da ideia de propriedade intelectual em torno do produto fílmico.
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