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O ano de 1973 no Brasil estava sob o governo Médice, no auge do regime militar. O mundo estava em expansão e permitiu o aumento de investimento via endividamento externo. A moda era a calça boca de sino. A musa, Darlene Glória. O ídolo esportivo, Emerson Fittipaldi. Na vitrola, rodavam os Secos & Molhados.
Foi o grande estouro do ano. Os Secos & Molhados eram liderados pelo inquieto Ney Matogrosso. Com letras descomplicadas e muitas músicas feitas a partir de poemas de autores brasileiros, seu primeiro disco chegou rapidamente ao topo das paradas de sucesso e vendeu mais de 800 mil cópias no ano. Com eles, a música popular retomava as últimas consequências a antropofagia musical tropicalista. O grupo formado por Ney Matogrosso, João Ricardo e Gérson Conrad se tornaria um fenômeno em pouco mais de um ano de ida. Eles já irromperam na cena conquistando o público, rendendo a mídia e abocanhando o mercado fonográfico. Mais que um grupo, Secos & Molhados se tornou um conceito. O trio já nasceu cult e, ao mesmo tempo, super-popular. Várias faixas do disco viraram hits. Os mais poéticos embeveciam-se com “Rosa de Hiroshima”, poema de Vinícius de Moraes, os jovens se embalavam na força de “Sangue Latino”, e a garotada ia à loucura com “O Vira”.
As guitarras, a poesia, os arranjos modernos, a maquiagem, o vocal insólito e o rebolado de Ney provocaram um espanto sem precedentes. Lançado em agosto de 1973, o LP Secos & Molhados vendeu 300 mil cópias em três meses. Em um ano, chegou à marca das 800 mil, quase o dobro do campeão de vendas da época, Roberto Carlos, com a banda lotando estádios por todo o país. Em agosto de 1974, o grupo lançaria o segundo LP, simultaneamente ao anuncio da saída de Ney. A saída do vocalista foi seguida pelo violonista Gerson alegando a mesma razão, o controle dos direitos autorais e das finanças por João Ricardo, o principal compositor e que tentaria ressuscitar (sem sucesso) o grupo em 1977, 1980 e 1987. E o álbum de 1973 foi eleito um dos melhoresResposta:
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