• Matéria: Geografia
  • Autor: maria173896
  • Perguntado 6 anos atrás

escreva alguns aspectos relevantes a construção do muro do México​

Respostas

respondido por: DPC23
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Resposta:

Explicação:

O Muro do México – também conhecido como Muro fronteiriço Estados Unidos-México – é uma construção realizada pelo governo estadunidense com o objetivo de estabelecer uma barreira de segurança entre os dois países. O argumento principal do governo dos Estados Unidos para a construção do muro é a busca por um maior controle da fronteira a fim de reduzir a onda migratória do território mexicano em direção ao norte.

O início da construção do Muro do México ocorreu no ano de 1991, mas foi em 1994 que suas obras se intensificaram, durante a chamada “Operação Guardião”. Essa operação pretendia colocar um fim à onda de imigrações ilegais que aumentava no país a cada ano. O território mexicano era considerado a principal porta de entrada para esses imigrantes.

Embora o Muro do México represente uma barreira entre o território mexicano e o estadunidense, a sua construção emergiu justamente em um contexto de maior integração entre os países, durante os acordos relativos à criação do NAFTA (North American Free Trade Agreement – Acordo de Livre Comércio da América do Norte), fundado em 1993. No entanto, o caráter desse tratado é somente econômico e materializou-se, principalmente, pelo aumento do fluxo de mercadorias entre os dois países e pela migração das fábricas e montadoras dos Estados Unidos para o espaço mexicano, notadamente as cidades fronteiriças.

Diante desse cenário, não são poucos os analistas políticos e grupos ativistas que criticam a postura dos Estados Unidos em relação ao México. Os EUA impedem a entrada dos mexicanos e enviam empresas e indústrias que empregam a população local a um custo muito inferior, com baixíssimos salários médios. Outras críticas repousam na ineficiência da barreira na contenção de imigrantes ilegais e também no intenso fluxo promovido pelo narcotráfico entre os dois países.

Ao todo, o Muro da fronteira entre México e Estados Unidos possui cerca de 3100 km de extensão. Há obras que objetivam a inclusão de barreiras, inclusive, em áreas marítimas, a 100 m de distância da costa oeste, a fim de evitar o deslocamento de pessoas em períodos de maré baixa. Em alguns pontos da fronteira, o muro possui três barreiras de proteção e uma alta tecnologia empregada, com veículos de vigilância, alta iluminação, sistema de detecção de movimento e outros incrementos. Além disso, uma grande equipe com soldados e agentes é mobilizada para garantir a manutenção do muro e realizar a vigilância do local.

Mais do que uma proteção do limite entre dois países, o Muro do México é considerado também uma “barreira ideológica”, equivalente ao Muro de Berlim. Se na capital alemã o muro era uma divisão simbólica entre o mundo capitalista e o mundo socialista soviético, no presente caso, a divisão é entre o mundo do norte desenvolvido e o sul subdesenvolvido.

De toda forma, a fronteira entre o México e os Estados Unidos é um dos locais de maior tensão em termos políticos e também humanitários. Estima-se que mais de seis mil pessoas tenham morrido tentando atravessar essa fronteira. A maior parte dessas mortes teria ocorrido em algumas áreas desérticas existentes na região.

respondido por: Memi21
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Explicação:

MURO DO MÉXICO

GEOGRAFIA

O Muro do México é alvo de muitas críticas em todo o mundo e possui o objetivo de barrar ou conter a entrada de imigrantes ilegais do território mexicano em direção aos EUA.

A fronteira que separa o México dos Estados Unidos é conhecida pela grande presença de grupos migratórios ilegais – a maioria formada por mexicanos –, que se deslocam em direção ao norte em busca de melhores condições de vida. Por esse motivo, os EUA resolveram construir, a partir de 1994, um muro entre os dois países e dificultar o processo de entrada de imigrantes oriundos do sul no país. Essa construção é popularmente conhecida como Muro do México ou Muro México/EUA.

A construção do muro do México por parte dos Estados Unidos representa, em termos, uma contradição. Isso porque o início de sua construção ocorreu no mesmo ano da consolidação do NAFTA (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio), um bloco econômico que, apesar de ser meramente comercial, teria a função de propiciar uma maior integração entre os países-membros que, além dos dois países citados, também engloba o Canadá ao norte (sem muros, nesse último caso).

Atualmente a extensão do muro entre México e Estados Unidos é de aproximadamente 1.130 quilômetros, cerca de um terço da fronteira entre os países. Em alguns pontos, ele é uma “parede” simples, de altura não muito elevada e com algumas proteções em seu topo. Em outros lugares, no entanto, ele é composto por dois muros e um espaço entre eles por onde passam veículos militares e de fiscalização, além de contarem também com algumas torres de observação e militares preparados para, quem sabe, abater os eventuais invasores.

Estima-se que, desde a sua construção, milhares de imigrantes ilegais foram barrados tentando, de uma forma ou de outra, ultrapassar os limites impostos pela barreira construída. Estima-se também que outros milhares conseguiram burlar os limites e as restrições, conseguindo chegar ao seu destino: as terras estadunidenses. Um outro dado diz que 5,6 mil imigrantes ilegais morreram tentando ultrapassar a fronteira, não necessariamente no muro construído, sendo muitas dessas mortes nas áreas desérticas que se encontram entre os dois países.

Muitas críticas são realizadas ao Muro do México, que é inevitavelmente comparado com outros muros que dividem ou dividiram o mundo, como o Muro de Israel e o antigo Muro de Berlim. Muitas análises afirmam que ele divide muito mais do que dois países, mas dois “mundos” diferentes: um moderno e desenvolvido (mas com problemas na geração de empregos) e outro atrasado e subdesenvolvido, apesar das melhorias econômicas e sociais das últimas décadas.

Outra crítica apontada sobre a construção desse muro é o caráter dual por parte do governo dos Estados Unidos, que sempre barrou a entrada da população mexicana, mas que não se deteve em enviar para o país, sobretudo nas regiões de fronteira, várias empresas e indústrias multinacionais, que empregam a população local sob baixos salários e condições precárias de trabalho. Nesse contexto, várias cidades surgiram nessas regiões, marcadas pela urbanização acelerada, a marginalização social, o intenso tráfico de drogas e todas as contradições sociais de lugares marcados pela concentração de renda e o desvio de interesses. Entre essas cidades, os exemplos mais evidentes são Tijuana (ver foto abaixo) e Juarez.



Imagem da cidade de Tijuana, na fronteira com San Diego, cidade do estado da Califórnia

Em alguns pontos, o muro separa cidades e aglomerações urbanas historicamente construídas naquela região. Há vários relatos de famílias e parentes que se viram divididos pelo muro, sem poderem obter contatos constantes após a sua construção. Para aumentar o número de críticas e reclamações, somam-se os grupos ambientalistas que acusam a fronteira de separar animais de suas fontes de alimento ou de suas áreas de reprodução, causando a diminuição ou até a extinção de determinadas espécies.

Embora tais críticas aconteçam desde o início da construção do Muro do México, o governo norte-americano jamais cedeu a qualquer tipo de pressão. Após os atentados de 11 de setembro de 2001, inclusive, o então presidente George W. Bush intensificou a fiscalização do muro e da fronteira, fato continuado por seu sucessor, Barack Obama, que dobrou o número de funcionários para a vigilância e expandiu algumas partes do muro, reformando outras.

Podemos dizer que, em termos gerais, a construção do Muro entre México e EUA é um dos grandes marcos das relações políticas, econômicas e diplomáticas entre os países do chamado “Norte desenvolvido” com o “Sul subdesenvolvido”, demarcando mais do que simplesmente fronteiras políticas.

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