• Matéria: Sociologia
  • Autor: myllafagna
  • Perguntado 6 anos atrás

A sociedade moderna e o consumo são frutos da Revolução Industrial século XVlll, ou seja, da transição do feudalismo para o capitalismo, quando há um grande aumento na produção e na compra de produtos industrializados, culminando com o surgimento de uma classe burguesa, ávida por lucros. Portanto, o advento do consumo, em nome do progresso, vai ganhando destaque na vida social e passa a formar o caráter dos indivíduos da sociedade contemporânea. De acordo com Milton Santos (2014) a cultura popular ou também denominada cultura “selvagem” simbolizada pelo o homem e seu entorno, é substituída pela cultura de massas, indiferente e uniformizada, que se transforma em uma sociedade alienada. Em lugar do cidadão, de herança moral e de direitos adquiridos, surge o consumidor insatisfeito, individualista e dependente em relação aos novos objetos. Nesse viés, Zygmunt Bauman (2008), enfatiza a passagem gradativa da sociedade produtora para uma sociedade consumidora que começa a enxergar o mundo de forma diferente, consumista. Nesse sentido, o indivíduo passa a ter liberdade “limitada” de escolha e poder de decisão mediante suas novas necessidades. Essa nova realidade social esconde, portanto, um mercado capitalista instaurador de regras, que vicia e escraviza o indivíduo com o passar do tempo. À medida que, se apodera de suas escolhas o indivíduo tende a ser aprisionado em sua própria alienação. Renata Salecl (2005) argumenta que, a ideologia do capitalismo, de hoje, reside na questão de que o sujeito pode ser quem ele quiser, ou seja, ele pode se recriar. E nesse discurso não existe mais espaço para a cordialidade e o coletivo, só para o avanço do “narcisismo” e do individualismo. Assim, as pessoas parecem estar sempre descontentes e infelizes, a procura de algo novo que lhes traga satisfação, consumindo sem priorizar a necessidade, num ciclo, sem fim, de adquirir, descartar e substituir. Criou-se desse modo, na sociedade contemporânea, uma falsa ideia de felicidade e satisfação, através da aquisição de bens materiais e de que essa prosperidade aconteça para todos. [...] Porém, segundo Bauman (2008), esses desejos não devem ser jamais realizados, “satisfeitos em sua plenitude”, pois se o fizer, não há mais razão para se consumir novos produtos, daí o propósito de tornar a promessa de satisfação sempre inacabada. Pois o mecanismo do mercado é justamente este, de motivar a compulsão e as sucessivas frustrações a fim de manter viva a, eterna, busca pela satisfação plena. Fonte: BAUMAN, Zygmunt. Vida para consumo. / SANTOS, Milton. O espaço do cidadão / SALECI, Renata. Sobre a Felicidade: ansiedade e consumo na era do Hipercapitalismo. *Com base na leitura do texto, responda: a) Como se deu o surgimento da sociedade moderna e do consumo? b) Fale sobre a cultura de massas, suas características. c) Qual a característica marcante do mercado capitalista? d) Faça uma reflexão sobre a relação da ideologia apregoada pelo modo de produção capitalista e o fato das pessoas parecerem sempre descontentes e infelizes? e) Interprete e explique, com suas palavras, o que Zygmunt Bauman quis dizer com relação aos desejos. Por que eles não devem ser jamais satisfeitos?

Respostas

respondido por: barbarabreitembach
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Resposta:

A) O surgimento da sociedade de consumo decorre diretamente do desenvolvimento industrial que a partir de certa altura, e pela primeira vez em milênios de história, levou a que se tornasse mais difícil vender os produtos e serviços do que fabricá-los.

B) Somos seres facilmente influenciados e manipulados, por tanto, pensamos muito no status e isso gera de fato um consumo em massa, pois o que está em alta é o que maioria da sociedade quer, por achar que aquele item irá preencher algum anseio seu.

C)Propriedade privada, lucro, divisão de classes...

D) A industria nos passa uma imagem que bens materiais de alguma forma irão nos preencher, por isso estamos a procura de sempre mais, nunca nos satisfazemos, pois a cada pouco é lançado um novo produto, com uma nova cor, nova função, fazendo parecer que só seremos felizes se possuirmos o mesmo.

E) Pois em quanto não encontrarmos nosso verdadeiro eu, não percebemos que a natureza é a parte de um todo, não somos nem mais nem menos, enquanto não percebemos que nosso consumo excessivo está nos levando ao nosso próprio fim, continuaremos nessa alienação de sempre acumular mais bens materiais. Temos que praticar um consumo consciente, reavaliando se os itens que tanto desejamos são realmente necessários.

Espero ter lhe ajudado!

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