Quais são as formas de controle existentes em nossa sociedade? Como Essas formas de controle atuam no individuo? o que elas produzem
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Resposta:
Existem dois tipos de controle, o formal e o informal. O controle formal corresponde as leis e regras institucionalizadas, já o controle informal corresponde as normas de conduta social que são reconhecidas e compartilhadas em uma sociedade, como por exemplo crenças, costumes, valores e etc.
O controle na sociedade está em diversas mãos, mas podemos resumi-lo em três vertentes: controle da força, controle político e controle espiritual/intelectual.
O controle da força está nas mãos, em última instância, de quem está armado: tanto legitimamente, como é o caso das Forças Armadas e das polícias, como ilegitimamente, como é o caso dos traficantes que andam com fuzis nas ruas. Em uma questão extrema, são tais forças que possuem o poder da vida e da morte dos cidadãos.
A população brasileira desarmada, portanto, vive à mercê dos embates, acordos e políticas em relação a estes dois grandes grupos.
O controle político está nas mãos dos três poderes: Judiciário, Legislativo e Executivo. Cada um, teoricamente, deveria respeitar a Constituição Federal e se conter em suas próprias funções.
Isto não ocorre, contudo: o executivo interferiu no legislativo (mensalão do Partido dos Trabalhadores) e o judiciário, além de julgar em causa própria mensalmente, interfere tanto nos decretos executivos quanto na abertura de CPIs por parte do legislativo, como ocorreu com o ultimato do Ministro Barroso.
Na prática, portanto, o poder Judiciário ganhou, na última década, tamanha prevalência em relação aos outros dois braços da democracia brasileira que tal democracia transformou-se, efetivamente, em uma juristocracia sem eleição e vitalícia.
Já o controle espiritual e intelectual está nas mãos de quem controla o fluxo de informações e a influência cultural. Este é o controle mais poderoso a longo prazo: a transformação da sociedade brasileira em meados do século XX não foi realizada pelo controle da força (ditadura militar) nem pelo controle político (presidentes militares e Constituições da época), mas trabalho cultural feito com base nos ensinamentos de Antonio Gramsci.
Tal transformação foi o que possibilitou a chegada ao poder de Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff: três políticos progressistas que indicaram a imensa maioria dos ministros atuais do Supremo Tribunal Federal.
Ao indivíduo resta o que sempre restou: o esforço individual pelo conhecimento para, antes de querer lutar contra algum "sistema", compreender quem e o que é este "sistema", posto que há diversos níveis de interesse em jogo e que nem todo político, juíz ou intelectual, corrobora com um Estado, uma política e uma ética corrupta, por mais que um ceticismo arraigado insista em jogar todos os elementos no mesmo saco.
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