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Ecotoxicidade é um termo atualmente muito em voga, dada a necessidade de se conhecer os efeitos que produtos químicos lançados no meio ambiente podem ter sobre indivíduos, sobre populações e comunidades de organismos, além de se conhecer como o homem pode ser afetado. Nos últimos anos, em especial no pós-Revolução Industrial, uma imensa gama de substâncias químicas foram produzidas de forma intencional ou como sub-produto de atividades produtivas. Algumas dessas substâncias são essencialmente artificiais, outras, apesar de terem ocorrência natural, tiveram sua concentração aumentada no meio ambiente.
Muitos metais, hormônios, derivados do petróleo, dioxinas e furanos são exemplos de substâncias de ocorrência natural, mas que são motivo de preocupação dada a alta concentração que são encontradas em alguns locais e dada a capacidade de provocar danos aos seres vivos. Metais não são degradáveis, e podem se acumular no tecido de organismos vivos causando disfunções de metabólicas e até mesmo má-formações em fetos humanos. Hormônios podem causar desregulações endócrinas com consequências no crescimento, no desenvolvimento e na reproduçãos. Alguns HPAs (Hidrocarmonetos Policíclicos Aromáticos), encontrados em combustíveis fósseis como carvão e petróleo, se acumulam nas gorduras de animais, e são carcinogênicos, ou seja, provocam câncer.Dioxinas e furanos são produzidos na queima de carvão e também de florestas; são bastante tóxicas e comprovadamente carcinogênicas.
Outras substâncias como pesticidas e substâncias farmacêuticas não existiam na natureza, mas foram criadas pelo homem. Outra classe de substâncias com crescente preocupação são os chamados produtos de nanotecnologia, ou simplesmente nanopartículas. Estas são definidas como materiais particulados com pelo menos uma dimensão menos que 100 nanômetros (nm), sendo 1 nm igual a 10-9 m. Sua aplicação tem sido desde componente de drogas, passando por nanotubos com aplicação em ótica, eletrônica e arquitetura. No entanto, existem relatos de danos à saúde humana e a efeitos tóxicos em microcrustáceos e copépodas.
Ecotoxicologia pode ser entendida com a junção de ecologia e toxicidade. Ecologia é o estudo da interação dos seres vivos entre si e com o meio ambiente em que vivem; toxicologia é uma ciência que procura entender os tipos de efeitos causados por substâncias químicas, bioquímicas e os processos biológicos responsáveis por tais efeitos, levando em conta a sensibilidade de diferentes tipos de organismos à exposição de substâncias químicas e as relativas toxicidade de diferentes substâncias. O objetivo da ecotoxicologia seria então entender e prever efeitos de substâncias químicas em seres vivos e comunidades naturais.
Já há alguns anos, a ecotoxicologia tem sido usada também como parâmetro legal de regulamentação de qualidade de água, de efluentes e de sedimento. A Resolução Conama no 344/04 instituiu testes ecotoxicológicos para casos de disposição de sedimento a ser dragado quando a concentração algumas substâncias podem oferecer risco. Já a Resolução Conama no 357/05 instituiu o uso de testes ecotoxicológicos tanto como parâmetro de qualidade das águas como de efluentes. Além dessas legislações em nível federal, diversos estados possuem suas legislações próprias que regulamentarizam e dão diretrizes para o uso desses testes, como os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, dentro outros.
Resposta:A análise ecotoxicológica permite detectar a toxicidade da amostra como um todo efeitos combinados dos diferentes constituintes da amostra, enquanto, a análise química permite apenas quantificar as substâncias isoladas presentes numa amostra