O rei D. Manuel marcou para um domingo, 8 de março de 1500, a partida da frota de Cabral. Seu objetivo era que o povo acorresse ao
porto do Restelo - chamado de "prala das lágrimas para os que vão, terra do prazer para os que voltam" - para que todos
vislumbrassem o espantoso espetáculo: 13 embarcações zarpando para o longinquo Oriente, com a cruz vermelha da Ordem de Cristo
enfunada nas velas. Era uma nova cruzada marítima, o destino de que Portugal tanto se orgulhava.
O domingo amanheceu radioso e, por volta das dez horas, o rei, acompanhado por seu seguito chegou à capela de Belém. All, sob a
luz de tochas, o bispo D. Diogo de Ortiz, rezou a missa. D. Diogo fizera parte da Junta de astrônomos de D. João II e, junto com Abraão
Zacuto e José Vizinho, vetara, oito anos antes, financiamento ao projeto delirante de Cristóvão Colombo de "chegar ao Oriente pelas
partes do Ocidente". Após a missa, D. Diogo deu a Cabral um capuz vermelho, bento pelo papa, e se despediu do homem encarregado
de conquistar a India.
A cena da partida fol descrita por João de Barros, um dos maiores escritores portugueses de todos os tempos, e que naquele dia estava
no porto de Restelo. "A maior parte do povo de Lisboa, por ser dia de festa tão celebrada pelo rel, cobria aquelas praias e campos de
Belém. E muitos barcos rodeavam as naus, levando e trazendo gente, todos com seus uniformes e bandeiras de cores diversas, (tão
lindo) que não parecia mar mas um campo de flores. E o que mais animava o espírito eram as trombetas, tambores, flautas, pandeiros
e até gaitas, porque, para viagem de tanto tempo, os homens se serviam de tudo para tirar a tristeza do mar" Mas a "tristeza do mar"
prevalecerla mais uma vez: cerca de mil dos 1.500 homens que então embarcavam jamais retornariam a Portugal. No dia seguinte,
uma segunda-feira, 9 de março de 1500, a poderosa frota de Cabraliçou as velas, zarpando em direção ao Oceano Atlántico. Menos de
dois meses depois, Iria incorporar ao império português um vasto território continental, um mundo que ainda não existia. Um novo
mundo.
(BUENO. Eduardo Brasis terra vital A aventura ilustrada do descobrimento. Porto Alegre: LEPM, 2017. p. 82-3)
VOCABULÁRIO
LOTTO, corresse
enfunado: inflada
Tato pessoas que acompanham outra 3).
Jussembleia comisio
Year: havia probido
Ise levantou, puxou para cims
O texto "A partida", de Eduardo Bueno, foi escrito com que finalidade?
a) Relatar a vontade dos reis D. Manuel e Dom João Il em financiar uma expedição marítima, comandada por Abraão Zacuto,
para o Ocidente.
b) Relatar as ações dos navegantes João de Barros e José Vizinho, quando partiram do porto de Restelo, rumo ao Brasil, no dia 9
de março de 1500
c) Relatar o acontecido em Portugal nos dias 8 e 9 de março de 1500, quando uma expedição marítima, comandada por
Cristóvão Colombo, deixou o porto de Restelo
d) Relatar a partida da expedição marítima, comandada por Pedro Álvares Cabral de Portugal rumo as Indias
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Resposta:
D) o texto tem a funçao de relatar a partida da expediçao maritima comandada por pedro alvares cabral de portugal rumo as indias
Explicação:o foco do texto é na partida da expediçao maritima
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