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Resumo: Há certo consenso na literatura que as décadas de 1920 e 1930 foram cruciais para o processo de industrialização no Brasil. Contornando a inexistência de um Censo Industrial em 1930, esta tese busca contribuir para o entendimento do período recorrendo a dados das Estatísticas Industriais do Estado de São Paulo e aos balanços contábeis de quatro empresas: uma do setor têxtil (Fábrica de Tecidos Labor), uma do setor de máquinas, inicialmente para a cafeicultura (Companhia Mac Hardy) e duas metalúrgicas (Companhia Industrial e Mercantil Casa Fracalanza & Metalúrgica Francalanza, e Sociedade Anônima Souza Noschese). Com base nos dados apresentados, é possível mostrar que, a partir do final da Primeira Guerra Mundial e, principalmente, no correr da década de 1920, não obstante a indústria de transformação depender ainda em grande parte da indução do setor exportador, o padrão de desenvolvimento industrial tornou-se mais complexo. De fato, os investimentos industriais se expandiram em direção ao ramo de bens intermediários - notadamente cimento, aço, papel e celulose, borracha e derivados, química -, além de setores vinculados ao ramo de bens de capital, tais como maquinaria e equipamentos. Em resumo, a diversificação industrial a partir da Primeira Guerra e ao longo dos anos 20 iniciara ali uma mudança estrutural na economia brasileira que marcaria época na década de 1930. Para amparar a pesquisa, procede-se à análise da indústria paulista na época sob o ponto de vista do crescimento, estrutura produtiva setorial, produtividade, financiamento e lucratividade, sendo possível identificar a velocidade da diversificação e o crescimento do setor metalúrgico no parque industrial paulista