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Sob a direção de Amir Haddad, o Tá na Rua leva aos locais públicos espetáculos que carregam a idéia de improviso e de simplicidade, em que a participação do público é parte da cena. Desde 1980, o grupo Tá na Rua se apresenta em praças do centro e da periferia das cidades brasileiras
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Resposta:
Sob a direção de Amir Haddad, o Tá na Rua leva aos locais públicos espetáculos que carregam a idéia de improviso e de simplicidade, em que a participação do público é parte da cena.
Desde 1980, o grupo Tá na Rua se apresenta em praças do centro e da periferia das cidades brasileiras. Sem tablado, sem cenário, sem aparelhos de ampliação vocal ou quaisquer recursos técnicos de espetacularidade, o grupo se baseia no contato direto entre a cena e o público. Independente do texto ou tema que use como ponto de partida para a criação, os princípios e a linguagem são sempre os mesmos. O diretor Amir Haddad - responsável, segundo o crítico Yan Michalski, por grande parte da comunicabilidade dos espetáculos, com a sua vibração pessoal - atua como um mestre de cerimônias que faz a relação direta com o público, anunciando ou comentando o que acontece. Enquanto o apresentador anuncia ao público maravilhosas atrações, com artistas internacionais, os atores apresentam habilidades banais - como gritar, rodopiar e cair. Em seguida, os espectadores são convidados a participar e, com dois voluntários, o apresentador conta a história de um casal apaixonado, interrompido no auge de suas carícias pelo pai da moça: a platéia é chamada a opinar sobre a situação. Yan Michalski descreve e comenta a segunda parte do espetáculo:
"Aos poucos, a proposta crítica do trabalho torna-se clara (...). A definição se declara a partir do momento em que o mestre-de-cerimônias anuncia o número de 'Maria Helena, a deusa do Xingu, metade índia, metade gente', que vai demonstrar a sua habilidade de imitar índio. Ao som de Índia, Maria Helena executa uma tocante pantomima de uma prostituta indígena, destruída pela bebida, pela tuberculose, pela miséria, pela ganância do branco. Nenhuma palavra é dita, mas a mensagem passa com clareza. Talvez pela pungência do tema, talvez pelo acerto da elaboração estética da composição, pela primeira vez toda a platéia irrompe em aplausos, sente-se uma emoção no ar".1
Retomando a comicidade, o quadro seguinte mostra Rosa, "a que sabe sofrer como ninguém". Rosa chora, grita, se descabela, enquanto Amir pede ao público que se lembre de coisas que possam fazer Rosa sofrer mais ainda. A cada nova sugestão - carestia, inflação, feijão, salário mínimo, aluguel, assaltos - o sofrimento de Rosa torna-se mais escandaloso, até que vem o golpe de misericórdia quando alguém grita 'INPS!' e a moça estrebucha e morre. Amir explica que ela todo o dia nasce, sofre e morre, e começa a dizer palavras que possam reanimar a atriz que, no entanto, só se levanta vivamente quando ouve falar em casa e comida baratas. Em seguida, outro ator é chamado a encarnar outra minoria, o negro, e sua saga de trabalho duro, submissão e pancada, sempre mantendo o deboche. Ainda segundo Yan Michalski, "a impressão que fica é a de uma ainda hesitante mas potencialmente vital estética de teatro popular que estaria surgindo".2
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