URGENTE POR FAVOR
Cite três características sociais presentes no contexto histórico do surgimento da sociologia
Respostas
Contexto histórico do surgimento da Sociologia
Entre os séculos XV e XIX, sucessivos acontecimentos alteraram significativamente a vida, a política e a economia europeias. Podemos pensar que a economia e a política feudal não precisavam de grandes explicações, pois havia uma lógica interna justificada pelo clero e uma organização social rural e simplista, baseada em estamentos (a nobreza, o clero, os servos e os camponeses).
A sociedade estamental apoiada pela Igreja Católica simplesmente impunha que cada um nascia predestinado a levar um tipo de vida e que isso era escolha de Deus sendo, quase sempre, vedada a alteração dessa ordem. Se um indivíduo era servo, ele deveria servir, porque Deus quis assim. Se ele era nobre, era uma recompensa divina, porque o seu espírito era mais nobre.
O século XIX encontra-se em meio a uma crise devido ao alto desenvolvimento promovido pela industrialização, o que refletiu na formação de uma complexa crise de valores e conflito de interesses. Podemos listar como fatores históricos que contribuíram para o surgimento da Sociologia os seguintes:
Renascentismo
Com o Renascimento, a burguesia passa a crescer e aquela concepção de sociedade estamental medieval passa a ser alterada, visto que os burgueses não eram nobres, mas tinham tanto ou mais dinheiro quanto os nobres. A reivindicação da classe burguesa por seus direitos políticos ocorreu gradativamente de acordo com o crescimento dessa classe.
Essas alterações na configuração social europeia causaram uma alteração tão grande na ordem política e social do continente que, em partes, contribuíram até para a Revolução Francesa e para os ideais de igualdade e liberdade propostos pelo Iluminismo.
Encontramos no Renascimento europeu um período de transição do Medievo para a Modernidade. A retomada de valores filosóficos, científicos e estéticos da cultura greco-romana mudaram a concepção de conhecimento do ser humano, permitindo uma nova visão que inauguraria a Modernidade.
Capitalismo mercantilista
O surgimento do capitalismo em sua primeira forma, o mercantilismo, desencadeou a expansão marítima e comercial europeia, fator que possibilitou o desenvolvimento financeiro de potências por meio do comércio e da exploração voraz das colônias situadas nas Américas e, mais tarde, na África e na Ásia. Isso fez com que, em um primeiro momento (século XVI), o europeu buscasse entender as diferentes culturas das colônias.
Em um segundo momento (século XIX), o europeu precisava justificar a exploração sanguinária dos países africanos e asiáticos. No século XVI, começou, de forma embrionária, o desenvolvimento de uma atitude de estudo das diferentes culturas. No século XIX, aquele estudo tornou-se uma área científica das Ciências Sociais, a Antropologia. Em seu começo, por volta dos anos de 1870, a Antropologia era extremamente elitista e etnocentrista, além disso criava teorias para justificar a exploração das novas colônias, apesar de já estar em curso, no mesmo período, o capitalismo industrial.
Iluminismo
Os ideais iluministas projetaram um novo cenário intelectual e político ideal, baseado na justificação jurídica e política dos poderes e na separação entre Estado e Igreja. A partir disso, as pessoas passaram a buscar, pouco a pouco, os seus direitos e a exigir do Estado a legalidade em suas ações.
Isso não só provocou a Revolução Francesa, como fez com que houvesse uma gradativa alteração na concepção de política, o que se expressou como fator marcante para o estabelecimento de uma ciência capaz de compreender essa nova forma de sociedade e de política, baseada na legalidade e nos direitos fundamentais.
Revolução Industrial
A consolidação da burguesia enquanto classe dominante e a formação do capitalismo industrial firmaram-se com a mudança da economia, antes baseada na manufatura e agora baseada na produção industrial, que gerou a divisão acirrada de classes sociais. Isso ocasionou uma intensa explosão demográfica nos centros urbanos que se industrializaram, como Londres e Paris, pois as pessoas migraram do campo para as cidades em busca de melhores condições de vida.
A falta de emprego para todo mundo resultou em miséria, fome, aumento significativo da violência e alastramento de doenças. O caos desse novo cenário europeu era, para Auguste Comte, mais um atestado de que era necessária uma ciência capaz de estudar e reordenar a sociedade, a fim de colocar a humanidade novamente no rumo do progresso.
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