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Olá!
“Se eu venho para escola eles me ‘xingam’. Se eu não venho, eles dão um
jeito de mostrar que são eles que mandam” – este é o desabafo de um aluno de nono ano do Ensino Fundamental que enquanto fala, mostra as dezenas de mensagens ofensivas
direcionadas a ele, recebidas pelo celular. Tal fato parece reiterar o que diversas pesquisas
evidenciam: crianças e adolescentes são frequentemente humilhados, agredidos, violentados
por seus pares, também no espaço virtual. Falamos do bullying e de sua extensão, em tempos
pós-modernos, o cyberbullying. Formas de violência que se manifestam nas redes sociais em
que meninos e meninas se encontram e convivem com calúnias, apelidos, chantagens e outras
formas de humilhação. Jovens “antenados”, como eles mesmos se definem, são envoltos
numa gama de violências que se estende desde as formas presenciais até os sites de
relacionamento, redes sociais ou quaisquer formas de comunicação virtual presentes nestes
tempos pós-modernos.
Bullying e cyberbullying concordam em uma característica que é a violência
intencional contra outro. De forma repetida, no caso do primeiro, ou sem a necessidade da
repetição, vistas as potencialidades da Internet em que, uma vez postado um comentário em
redes sociais, o mundo saberá. Meninos e meninas de idades semelhantes em ambos os casos
intimidam, humilham, ofendem, ameaçam e desrespeitam seus pares. Certamente, como
pesquisas atuais têm demonstrado, para alguns dos autores, na segunda forma de violência, o
cyberbullying desinibiria condutas que na vida real seriam controladas pelo medo dos castigos
ou das leis sociais e que, portanto, não levariam ao bullying
essa nova realidade de violências nas relações
interpessoais, explicitadas pelas inúmeras formas de relacionamento virtual, tem sido alvo de
investigações que nos trazem à tona um novo desafio que é compreender motivos, incidências
e características do fenômeno para promover o combate a esse mal contemporâneo.
Por certo, ainda que com características que se diferem, ambas as formas de
violência – bullying e cyberbullying denotam a ausência de um critério moral que
“autorregula as dinâmicas de relação interpessoal; que é o que faz com que se produza o
maltrato intencional de quem se crê com poder frente a quem considera mais débil e mais
frágil” (INTECO, 2012, p. 28). Falta para aqueles que vitimizam, o respeito.