Tuberculose nos presídios brasileiros é emergência de saúde
e de direitos humanos, dizem especialistas
Enquanto na população brasileira em geral a incidência da tuberculose está em 33 casos para 100 mil
habitantes - o que já torna o Brasil um dos 20 países com alta carga da doença, segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS) -, entre os detentos esse indicador sobe para alarmantes 932 ocorrências.
Para especialistas, trata-se de um cenário de emergência de saúde e de violação dos direitos huma-
nos, uma vez que a doença se dissemina graças à superlotação dos presídios provocada pelo encarcera-
mento massivo, especialmente da população negra e mais pobre.
As condições precárias às quais muitos presos são submetidos, entre elas a superlotação e a falta
de ventilação e iluminação nas unidades prisionais, favorecem a disseminação da doença cuja bactéria é
transmitida pelo ar.
a) Segundo informações da notícia, é de se esperar que a incidência de tuberculose seja um dos indicadores da
saúde dos brasileiros? Explique.
Respostas
Resposta: As doenças negligenciadas são aquelas causadas por agentes infecciosos ou parasitas e são consideradas endêmicas em populações de baixa renda. Essas enfermidades também apresentam indicadores inaceitáveis e investimentos reduzidos em pesquisas, produção de medicamentos e em seu controle.
Explicação: As Américas reduziram consideravelmente o número de novos casos e de mortes por tuberculose nos últimos 25 anos. No entanto, estima-se que quase 270 mil pessoas tenham contraído a doença em 2015 e quase 50 mil não sabem que estão doentes. Nos presídios brasileiros, a incidência da doença entre detentos é muito maior quando comparada à população em geral.
No marco do Dia Mundial da Tuberculose, 24 de março, a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) convoca todos a trabalharem juntos para pôr fim à doença e não deixar ninguém para trás.