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É o que conta o paleogeneticista alemão Joachim Burger, da Universidade de Mainz. Burger e seus colegas do museu nacional do Irã examinaram quatro esqueletos antigos, com cerca de 10 mil anos, encontrados no sopé da Cordilheira Zagros, na fronteira com o Iraque. Justamente naquela região onde a agricultura começou. Burger analisou o genoma desses primeiros fazendeiros e decidiu compará-lo ao DNA de um segundo grupo, os anatólios. Os anatólios são os ancestrais dos fazendeiros europeus. Eles vêm de uma região no sul da Turquia, a borda oposta do Crescente Fértil. Se a teoria de que um só grupo criara a agricultura estivesse certa, essas duas populações seriam geneticamente semelhantes – a população de Zagros, mais antiga, teria migrado até o sul da Turquia e se estabelecido por lá. Burger se surpreendeu ao descobrir que não: “Concluímos que os anatólios e as pessoas de Zagros formavam dois grupos distintos que se separaram um do outro há cerca de 50 mil anos. Muito antes de começarmos a plantar”, disse Burger nesta entrevista a ÉPOCA.