Respostas
Resposta:
Mário Sergio Cortella não acredita no conceito de Escola sem Partido. Segundo ele, apesar de essa ser uma reivindicação válida numa democracia, não há evidências de grupos que partidarizem o ensino público brasileiro.
“A grande marca negativa dessa discussão é que não existe no Brasil nenhum grupo chamado ‘Escola com Partido’. Por isso, quem é o adversário da Escola sem Partido? Qual o grupo que está se contrapondo?”, questionou o filósofo durante entrevista ao Pânico nesta quarta-feira (16).
Cortella ainda rebate o argumento de que a esquerda “doutrinou” os alunos da rede básica nacional nos últimos anos. “Como alguém que forma pessoas voltadas para a esquerda faz com que a grande massa da população eleja alguém conectado e que se diz de direita?”, ponderou.
Sobre a educação básica, o filósofo foi categórico ao afirmar que os investimentos são tão necessários quanto no ensino superior, acrescentando que os recursos não são excludentes.
“Quem imagina que devemos investir a massa do recurso em educação básica e menos na área de pesquisa e pós-graduação, tem que lembrar disso na hora que estiver no hospital sendo atendido por alguém. Pois aquela pessoa que está lá e o tipo de medicamento [que será usado] vem da pesquisa de pós-graduação.”
Analisando desde o governo de Fernando Henrique Cardoso, Cortella disse que os investimentos em educação no país aumentaram nos últimos anos, mas ainda não é possível avaliar o setor no governo Bolsonaro.
Explicação:
Ainda não dá para avaliar, mas não por ser cedo, e sim porque não há um projeto nítido ainda apresentado. Eu espero que tenha, mas não se sabe o que se fará de fato na área de educação, o que será do fundo de educação básica, (…) como será a formação de professores e a implantação do plano nacional de currículo básico.”