• Matéria: Direito
  • Autor: Amymorena
  • Perguntado 6 anos atrás

Para Foucault, o poder é uma prática social, constituida historicamente em que poder e Estado sao antonimos

Respostas

respondido por: dyegoamoreira89
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Resposta:

É importante estarmos atentos ao fato de que Foucault não nega a importância do Estado, mas demonstra que as relações de poder ultrapassam o nível estatal e está presente por toda a sociedade, estando “dissolvida” por todo o tecido social.

Para Foucault o poder é uma prática social constituída historicamente. São formas díspares, heterogêneas, em constante transformação. Constata Foucault que o poder está por toda parte e provoca ações e uma relação flutuante, não estando em uma instituição nem em ninguém. Não está no rei, no presidente, em uma pessoa, mas nas relações sociais existentes, sendo ações sobre ações.

Explicação:

Primeiramente é importante compreender que Foucault não buscou apresentar uma Teoria do PODER, mas apontou caminhos para identificar de que forma os sujeitos atuam sobre os outros sujeitos. Ele preferia chamar de “cuidados metodológicos” ou perspectiva analítica, mas não uma teoria com “T” maiúsculo.

Diferentemente da tradição da Ciência Política, para Foucault o poder não está localizado ou centrado em uma instituição, e nem tampouco como algo que se transmite por meio de contratos jurídicos ou políticos. Enquanto na teoria política tradicional se atribui ao Estado o monopólio do poder, em Foucault nota-se a existência de uma espécie de rede de microfísica do poder articulado ao Estado e que atravessa toda a estrutura social. Desta forma, para ele, é importante ver como o poder se relacionam com a estrutura mais geral do poder, no caso, o Estado. Trata-se, assim, de uma leitura ascendente das relações de poder. Em suas palavras,

Trata-se (…) de captar o poder em suas extremidades, em suas últimas ramificações (…) captar o poder nas suas formas e instituições mais regionais e locais, principalmente no ponto em que ultrapassando as regras de direito que o organizam e delimitam (…) Em outras palavras, captar o poder na extremidade cada vez menos jurídica de seu exercício. (FOUCAULT, 1979, p.182).

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