1)Aponte duas causas que motivaram a criação do Estado de Israel em 1947.
2)Após a Primeira Guerra Mundial quais países controlarão a região do Oriente Médio?
Respostas
Resposta:
Atualmente, o Estado de Israel é um dos mais poderosos, econômico e militarmente, do mundo. É também um Estado que possui uma das mais eficientes e temidas polícias secretas de todo o globo desde o fim da Segunda Guerra Mundial: a Mossad. A despeito de sua curta existência enquanto Estado – Israel só foi oficializado e reconhecido como país em 1948 –, foi protagonista de intensos episódios conflituosos ocorridos na região do Oriente Médio na segunda metade do século XX, sobretudo em virtude do conflito histórico com os países muçulmanos que circundam seu território. Mas para compreendermos minimamente a razão desses conflitos e as peculiares características da curta história do Estado de Israel, é necessário que saibamos como ocorreu sua origem.
A criação do Estado de Israel, como dito, ocorreu em 1948, mas o processo de formação das comunidades judaicas na região da Palestina remonta às últimas décadas do século XIX, quando foi criado o movimento sionista. O sionismo, ou movimento sionista, foi criado por intelectuais judeus no início da década de 1890 e tinha por objetivo principal o combate ao antissemitismo (aversão ao povo judeu que se espalhou pelo mundo após a dissolução dos antigos reinos judeus na Idade Antiga), que subsistia na Europa desde a Idade Média e que havia se intensificado no século XIX.
Sionismo
Sionistas, como Theodor Herzl (1860-1904), pregavam o retorno dos judeus para sua região de origem, a Palestina (a “terra prometida”), a fim de formarem lá um Estado moderno aos moldes das nações ocidentais como forma de autodeterminação do povo judeu. Um Estado constituído trar-lhes-ia, além de legitimidade política, meios próprios para o exercício básico de soberania e cidadania, como defesa militar e garantia de direitos fundamentais.
Um fato que contribuiu para estimular a ideia da formação de um Estado judaico na Palestina foi o chamado Caso Dreyfus, uma conspiração de oficiais do Exército Francês contra Alfred Dreyfus, que também era oficial dessa mesma instituição. Dreyfus foi injustamente acusado por seus colegas de fornecer informações da inteligência francesa para autoridades do Exército Alemão, arquirrival da França à época. Theodor Herzl, que era jornalista, com o escritor Émile Zola, incorreu na defesa pública de Dreyfus nas páginas dos jornais daquele período, denunciando as fraudes das acusações e tornando explícito o antissemitismo que se alastrava na Europa.
O estímulo à causa sionista, dado pelo Caso Dreyfus, incitou as várias comunidades de judeus que estavam espalhadas pelo mundo a se reunirem em torno de um fundo financeiro para custear a compra de terras na região de Palestina, então pertencente ao Império Otomano. Aos poucos, na virada do século XIX para o século XX, os terrenos situados entre as Colinas de Golã, a Península do Sinai e o Rio Jordão foram sendo arrendados pelos judeus, que começaram também a migrar para a região nesse mesmo período.
Primeira Guerra Mundial e Fim do Império Otomano
Na década de 1910, sobreveio a Primeira Guerra Mundial, que pôs em xeque toda a geopolítica mundial, inclusive a da região do Oriente Médio. O Império Otomano, que antes garantia a unidade das nações muçulmanas, fragilizou-se durante a guerra e fragmentou-se ao seu término, sendo extinto em 1924. Muitas das nações outrora submetidas à autoridade otomana conquistaram sua independência política, como a Turquia. Outras, como a Palestina, por não constituírem uma unidade política definida e, evidentemente, pela então presença massiva de judeus no mesmo território, não puderam formar imediatamente um Estado. Coube a um dos países vencedores da guerra, a Grã-Bretanha, administrar a região da Palestina após a guerra.
Judeus x Muçulmanos
Em 1920, os britânicos criaram o chamado Mandato Britânico da Palestina, uma comissão de administração de todo o território palestino, dos lados do rio Jordão, por assim dizer. Esse mandato atravessou o período entreguerras, a Segunda Guerra Mundial e só teve fim em 1948.
Durante o período do Mandado Britânico, houve um renascimento alarmante do nacionalismo e do revanchismo político em várias partes do mundo, incluindo a Europa e o Oriente Médio. Foi nessa época que houve a ascensão do nazifascismo e a intensificação do antissemitismo europeu. Obviamente, uma das repercussões disso foi o aumento da migração em massa de judeus para o território da Palestina. Todavia, ao mesmo tempo, começava um duplo fenômeno na região do Oriente Médio: a radicalização de uma parte do movimento sionista e a também a radicalização da ideologia nacionalista muçulmana, que absorveu muitos pressupostos do antiocidentalismo da Irmandade Muçulmana (criada em 1928) e do antissemitismo nazista – inclusive alguns líderes nacionalistas árabes tiveram contato direto com o nazismo nessa época.
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