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Explicação:
Os efeitos da ditadura de 1964 nos sindicatos de trabalhadores refletem-se ainda hoje em baixos salários e condições precarizadas de trabalho, avalia a advogada Rosa Cardoso, da Comissão Nacional da Verdade (CNV). Coordenadora do grupo de trabalho que investiga o tema, a advogada se reuniu nesta quinta-feira (28), no Rio de Janeiro, com dirigentes sindicais e pessoas que resistiram à repressão militar em empresas no Rio de Janeiro. No evento, sindicalistas também denunciaram a suspeita de que as organizações ainda sejam monitoradas por forças de segurança, apesar do fim do regime militar há 29 anos.
“Primeiro, posso dizer sobre a depressão salarial. Antes de 1964, os trabalhadores ganhavam muito melhor. A queda de salário durante todo período fez com que as reivindicações fossem retomadas a partir de um patamar baixíssimo", lembrou a advogada. A segunda questão, segundo Rosa Cardoso, foi a retirada da estabilidade no emprego, precarização "que foi mantida e é uma fonte de aflição e angústia, porque todos temem o desemprego”, afirmou.
Devido à presença de empresas estatais, como a Petrobras e Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a organização dos sindicatos foi bastante combatida no Rio e considerada uma ameaça pelos militares. “Aqui era a capital e concentrava 80% das estatais. Os trabalhadores eram muito politizados. Estivadores, metalúrgico, petroleiros e portuários eram categorias conectadas com o projeto político nacional e não somente com as condições de trabalho”, destacou Rosa.
O grupo de trabalho "Ditadura e Repressão aos Trabalhadores e ao Movimento Sindical", relembram a resistência de sindicatos e trabalhadores à repressão durante a Ditadura Militar (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
A reunião da CNV no Rio tomou depoimentos sobre a repressão militar ao movimento sindicalTânia Rêgo/Agência Brasil
Durante o encontro com a CNV, os sindicalistas contaram que as entidades sofreram intervenções diretas e foram monitoradas pelas assessorias de Segurança e Informação