Leia o texto abaixo.
O maior de todos os presentes
Era noite. [...] Como sempre acontece em noites de tempestade, a energia acabou. Eu, criança ainda, só poderia estar nervoso e muito assustado; o que me levava a perguntar a todo instante:
— Pai, quando a luz vai voltar?
— Em breve, meu filho - dizia meu pai [...].
Deixando-me sozinho por uns instantes, foi até o quarto e voltou de lá com algo na mão. Reconheci logo o pequeno objeto: era uma caixa de madeira escura que ele mantinha em sua escrivaninha. [...]
— O tempo passa rápido, não é, filho? - ele perguntou.
— Passa, papai; que nem flecha, né?
— Pois é. Hoje você já está com dez anos e já é quase um homem, não é?
— Sim, papai.
— Pois, então, é hora de lhe passar esse presente.
Naquele momento, ele me entregou a caixa de madeira, [...] quando me fez jurar que eu jamais a abriria sem o seu consentimento. [...]
Vinte anos se passaram. A misteriosa caixa se manteve em meu poder. Sempre que eu passava por uma situação difícil [...], eu me recordava daquela noite de tempestade com papai. A doença de meu filho caçula foi o pior de todos os momentos. [...] Até que um dia, finalmente, meu filho recebeu alta do tratamento. Nesse dia meu pai, estando em nossa casa para nos felicitar pela melhora, me pediu:
— Filho, você ainda tem aquela caixa? Pode apanhá-la, por favor?
Corri até o segundo andar da casa e voltei como uma flecha para a sala. Ele me disse:
— Agora você já pode abrir.
Nervoso, eu atendi ao seu comando. Fiquei atordoado por alguns segundos. [...]
— Esse é o maior tesouro de um homem. E, hoje, vejo que esse homem está bem na minha frente!
Aquela velha caixa não possuía nenhuma pedra preciosa, nenhum objeto valioso. Na verdade, ela estava vazia. Mas através dela percebi que já havia ganhado o meu maior presente: o autocontrole de saber aguardar pelo momento certo; a paciência do saber esperar.
MATIAS, Fabiano de Oliveira dos Santos. Disponível em: . Acesso em: 24 nov. 2014. Fragmento. (P090076H6_SUP)
(P090077H6) O trecho desse texto que comprova a presença de um narrador-personagem é:
“Como sempre acontece em noites de tempestade, a energia acabou.”. (1º parágrafo)
“Deixando-me sozinho por uns instantes, foi até o quarto...”. (4º parágrafo)
“Pois, então, é hora de lhe passar esse presente.”. (9º parágrafo)
“Esse é o maior tesouro de um homem.”. (16º parágrafo)
Respostas
Resposta: Deixando-me sozinho por uns instantes, foi até o quarto
!ESPERO TER AJUDADO QUEM PRECISA DA RESPOSTA!
O trecho que comprova a existência de um narrador-personagem é:
“Deixando-me sozinho por uns instantes, foi até o quarto...”. (4º parágrafo)
Narrador-personagem
Narrador em primeira pessoa ou narrador-personagem é aquele que relata a história, participando do enredo, como protagonista ou coadjuvante.
O foco narrativo está na primeira pessoa (eu, nós).
A existência de um narrador-personagem costuma ser evidenciada por meio de verbos e pronomes da 1ª pessoa, como "eu", "me", "mim", "comigo", "meu", "minha", "nosso", entre outros.
No caso do trecho em questão, o que deixa claro que a história é contada por alguém envolvido na situação descrita, que está vivenciando as situações narradas, é o pronome pessoal "me" em "Deixando-me".
Leia mais sobre tipos de narrador em:
brainly.com.br/tarefa/20719193