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Único sobrevivente de um naufrágio, o médico Lemuel Gulliver consegue alcançar uma praia desconhecida. Exausto, desaba e adormece. Ao acordar, se vê amarrado até os cabelos ao chão e é surpreendido por um homenzinho de menos de 16 cm que, do alto de seu queixo, empunha um arco e flecha.
Logo, está na mira de dezenas, centenas de criaturinhas nervosas. O primeiro encontro entre o cirurgião aventureiro e os habitantes de Lilipute é mais do que conhecido.
Na voz do médico (a quem faltavam pacientes e sobravam vontade de viajar e desânimo com a vida londrina), Swift faz uma dura crítica a formas de pensar e à organização de países, religiões e grupos sociais.
Na primeira escala em Lilipute (As Viagens se divide em quatro livros), o aventureiro compartilha suas impressões sobre o povo minúsculo e feroz, que se opõe em dois partidos e resolve suas divergências em disputas.
A etapa seguinte leva Gulliver à terra de Brobdingnag, onde ele se vê na situação inversa, numa terra de gigantes 12 vezes maiores que ele. Vivem aparentemente em paz - governados por reis contrários à violência -, mas imersos na soberba. Na terceira parada, o médico alcança a ilha flutuante de Laputa, onde muito se pensa e pouco se realiza.
Sua última viagem o conduz ao país dos houyhnhnms - cavalos inteligentes e virtuosos que convivem com os rudes, grosseiros e desleixados yahoos, seres humanos usados como serviçais, na terra mais exemplar encontrada por Gulliver. A rota completa incluiu outros países de nomes estranhos (como Luggnagg e Glubbdubdrib) e até o Japão, onde o cirurgião explica aos habitantes e líderes locais como as coisas funcionam na Europa - sobretudo na Inglaterra.