• Matéria: História
  • Autor: pietraa33
  • Perguntado 6 anos atrás

Como ocorreu a cristianização do Reino do Congo?

Respostas

respondido por: F1ReFox
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Resposta:

Em 1435, os portugueses chegaram pela primeira vez à África Subsaariana, contornando o Cabo do Bojador e chegando ao Congo. Ali, encontraram pela primeira vez uma sociedade negra. Até então, os portugueses só tinham contato com indivíduos negros, tanto livres quanto escravos, estabelecidos no Norte da África.

O Reino do Congo era muito diferente dos reinos europeus. Sem conceito de Estado, nação ou país, os reinos tribais africanos eram, na verdade, estabelecidos a partir do domínio temporário de uma aldeia que se sobressaía pela força. Esporadicamente, o chefe da aldeia dominante enviava seus guerreiros às aldeias dominadas para tomar animais, produtos agrícolas e mulheres — com violência, se preciso. Eventualmente, as aldeias dominadas eram chamadas para a guerra contra outras tribos. No dia-a-dia, porém, não havia instituições e práticas que impusessem essa autoridade. As guerras tribais africanas também eram diferentes das guerras européias, sem deslocamento de tropas, ocupação de território ou mobilização permanente, constituídas principalmente de ataques esporádicos às aldeias inimigas para roubar recursos e capturar escravos.

Na época da chegada dos portugueses, o Congo enfrentava uma longa guerra contra o Sudão. A religião muçulmana favorecia a organização política e militar sudanesa. Embora também não houvesse um Estado centralizado no Sudão, a fé islâmica, ainda que diluída nas tradições tribais africanas, dava aos sudaneses um senso de unidade que os congoleses não tinham. A chegada dos portugueses ao Congo, porém, significou o início de uma mudança na direção da guerra.

Após o contato inicial, quatro congoleses foram levados a Portugal e quatro portugueses foram deixados no Congo. O propósito dessa troca era, ao mesmo tempo, estabelecer uma forma de embaixada entre os dois povos, mas também uma garantia da boa-vontade entre eles. Na ocasião do retorno dos embaixadores aos seus povos, Portugal recebeu o pedido de envio de padres, artesãos e mercadores para o estabelecimento de relações mais próximas. Pouco depois, o manikongo (rei) Nzinga-a-Nkuwu se converteu ao catolicismo, sendo batizado João, em homenagem a D. João II de Portugal. A partir de então, o Congo tornou-se reino-vassalo de Portugal.

Afonso I, originalmente Mvemba-a-Nzinga, segundo rei cristão do Congo, fez com que todo o reino fosse batizado, sendo conhecido como Apóstolo do Congo. Seu filho mais novo, Henrique, foi enviado a Portugal para estudar na universidade. Durante a estadia na Europa, foi apresentado ao Papa, diante de quem fez um discurso em latim impecável. Voltou ao Congo ordenado como bispo, o primeiro negro a ocupar a posição, sendo o Congo declarado diocese subordinada a Portugal. Em Portugal, a notícia da conversão do Congo ao catolicismo foi recebida com euforia. Era o sinal de que o Milênio se aproximava e que Portugal era a nação escolhida por Deus para inciá-lo.


jessica1336: meu deus que grande
jessica1336: hahaha
respondido por: lucasperosa20
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Resposta:

Padrão de resposta esperado

É possível organizar um debate em sala de aula para demonstrar aos alunos que os africanos escravizados não tentaram impor suas crenças às outras pessoas, mas apenas manter a sua religião. Pode-se fazer uso de textos complementares para comprovar que isso não aconteceu quando os portugueses chegaram no Reino do Congo e até mesmo no Brasil.

Os portugueses tentavam impor o catolicismo aos nativos, ignorando as crenças desses povos, que eram vistos como selvagens e atrasados. Na visão deles, por meio da adoção do modo de vida do “homem branco” e do catolicismo, esses povos se tornariam civilizados. Portanto, não houve respeito às crenças dos povos nativos.

É importante ressaltar que a liberdade de crença é garantida pela Constituição Federal, que garante também a proteção aos locais de culto e às suas liturgias. Logo, todas as manifestações religiosas devem ser respeitadas, bem como seus seguidores, que não devem ser discriminados pela sua crença religiosa.

Explicação:

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