Quais são as afirmações e previsões que Alfred Wegener fez pela sua teoria?
Respostas
Resposta:
A teoria da deriva continental foi apresentada pelo geólogo e meteorologista alemão Alfred Wegener em 1913, com a publicação de sua obra clássica "A Origem dos Continentes e Oceanos" (Die Entstehung der Kontinente und Ozeane).[1] Wegener afirmava que os continentes, hoje separados por oceanos, estiveram unidos numa única massa de terra no passado, por ele denominado de Pangeia (do grego "Terra única"), do Carbonífero superior, há cerca de 300 milhões de anos, ao Jurássico superior, há cerca de 190 milhões de anos, quando a Laurásia (atuais América do Norte e Eurásia) separou-se do Gondwana, que depois também dividiu-se, já no Cretáceo inferior.[2]
Explicação:
Muito tempo antes de Wegener, outros cientistas notaram este fato. A ideia da deriva continental surgiu pela primeira vez no final do século XVI, com o trabalho do cartógrafo Abraham Ortelius. Na sua obra de 1595, Thesaurus Geographicus, Ortelius sugeriu que os continentes estiveram unidos no passado. A sua sugestão teve origem apenas na similaridade geométrica das costas atuais da Europa e África com as costas da América do Norte e do Sul; mesmo para os mapas relativamente imperfeitos da época, ficava evidente que havia um bom encaixe entre os continentes. A ideia, evidentemente, não passou de uma curiosidade que não produziu consequências.
Resposta:
A formação inicial de Alfred Wegener foi pela astronomia, concluindo um doutoramento em 1904 na Universidade de Berlim. Contudo, sempre teve interesse pela geofísica e tornou-se também interessado nos campos emergentes da meteorologia e climatologia. Alfred Wegener casou-se com a filha de um famoso meteorologista, Wladimir Köppen. Na área da meteorologia, Wegener foi pioneiro na utilização de balões meteorológicos no estudo das massas de ar. Em 1906 Wegener fez parte de uma expedição à Groenlândia com o objetivo de estudar a circulação das massas de ar polar. Quando regressou da expedição com milhões de anos de história, aceitou um lugar de tutor na Universidade de Marburg. Tornou a viajar para a Groenlândia de 1912 a 1913. Em 1914 foi recrutado para o exército alemão, sendo mais tarde dispensado de combater por ter sido ferido, servindo durante o resto da guerra nos serviços meteorológicos do exército. Após a guerra, Wegener regressou a Marburg, mas em 1924 aceitou um lugar de professor de meteorologia e geofísica na Universidade Austríaca de Graz. A sua última expedição à Groenlândia ocorreu em 1930. Nela, ao regressar de uma expedição de salvamento que levou alimentos a um grupo de seus colegas acampados num local remoto, morreu de hipotermia em novembro, um dia ou dois após completar 50 anos de idade.
“ A ciência é um processo social. Decorre numa escala temporal mais longa do que a vida humana. Caso eu morra, alguém ocupará o meu lugar. Se tu morreres, alguém ocupará o teu. O que realmente é importante é que alguém faça o trabalho. ”
Wegener demonstrou que o clima e os tipos de rocha coincidiam mesmo separados pelos oceanos. Depois de encontrar vestígios de fetos arbóreos tropicais na ilha, verificou que os continentes se tinham deslocado. Mas ele não sabia por que razão os continentes se moviam e, a princípio, os geólogos, especialmente os norte-americanos, desprezaram as suas ideias. Eles só se convenceram quando se descobriu que rochas magnéticas de idades diferentes apontavam para direções diferentes e não apenas para o polo norte magnético. A melhor explicação para essas variações era o movimento dos continentes.
Deriva dos continentes
Fotografia da expedição de Wegener em 1930 (Arquivo: Instituto Wenener).
No outono de 1915, em Berlim, Wegener pesquisava na biblioteca da universidade quando se deparou com um artigo científico que registrava fósseis de animais e plantas idênticos encontrados em lados opostos do Atlântico. Intrigado com esse fato, Wegener iniciou uma pesquisa, com mapas, de outros casos de organismos semelhantes separados por oceanos. A comunidade científica ortodoxa da época tentou explicar esses casos afirmando que pontes terrestres, hoje submersas, em outros tempos ligaram os continentes. Wegener notou também que as costas da África e da América do Sul se encaixavam. Poderiam então as semelhanças entre organismos dever-se não à existência de pontes terrestres, mas ao fato de os continentes em tempos remotos terem estado ligados? Uma teoria dessas, para ser aceita, necessitaria de uma grande quantidade de provas que a suportassem. Wegener descobriu então que grandes estruturas geológicas em diferentes continentes pareciam ter ligação. Por exemplo, os Apalaches na América do Norte ligavam-se às terras altas escocesas e os estratos rochosos existentes na África do Sul eram idênticos àqueles encontrados em Santa Catarina no Brasil (Argumento Morfológico). Ao encontrar vestígios de glaciares em continentes com clima tropical, Wegener admitiu que no passado esses continentes ocupariam outra posição possivelmente mais próxima da Antárctida (Argumento Paleoclimático). O meteorologista constatou também que fósseis muitas vezes encontrados em certos locais indicavam um clima muito diferente do clima dos dias de hoje. Por exemplo, fósseis de plantas tropicais encontravam-se na ilha de Spitsbergen no Ártico (Argumento Paleontológico). Descobriu também que rochas com a mesma idade e do mesmo tipo se formaram ao mesmo tempo numa altura em que os continentes tinham estado juntos (Argumento Geológico). Todas essas evidências davam suporte à teoria de Alfred Wegener da deriva continental. Em 1915 a primeira edição de A Origem dos Continentes e Oceanos, na qual Wegener explicava a sua teoria, foi publicada, sendo sucedida por outras edições em 1920, 1922 e 1929. Wegener afirmava que há cerca de 300 milhões de anos os continentes formavam uma única massa, Pangeia (do grego "toda a Terra"). A Pangeia fragmentou-se e os seus fragmentos andaram "à deriva" desde então. Wegener não foi o primeiro a sugerir que os continentes estiveram ligados em outros tempos, mas foi o primeiro a formular uma ideia de uma separação continental.
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