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O filósofo mexicano José Vasconcelos Calderón chamava o povo latino-americano de "raça cósmica", por ele ter em suas veias o sangue de nativos ameríndios, escravos africanos e colonizadores europeus. Em 1992, essa "raça cósmica" se recusou a comemorar os 500 anos do "descobrimento da América", preferindo celebrar o "encontro de dois mundos".
Não é difícil imaginar as razões que as comunidades indígenas do subcontinente têm para se negarem a festejar o bicentenário das independências latino-americanas como se o acontecimento lhes tivesse representado de fato uma vitória.
Para Norbert Rehrmann, professor da Universidade Técnica de Dresden, esse descontentamento tem justificativa: "A independência da Venezuela trouxe dissabor a todos que não faziam parte da elite crioula, ou seja, índios, escravos e mestiços. Eles não foram convidados a participar da fase independentista, nem se supunha que tirassem proveito dela."