Se muito sofri já, não mo perguntes (Gonçalves Dias) Se muito sofri já, se ainda sofro Por teu amor?! Não mo perguntes! que do inferno a vida Não é pior!... Eu! vegetar da terra entre os felizes! Que faço aqui? Sonhos de amor, de glória, - lá se foram Atrás de ti! A ver se encontro d’esperança um raio Olho em redor, E nada vejo, e mais profunda sinto No peito a dor! (...) Nesse fragmento de um poema de Gonçalves Dias , apenas não é possível reconhecer que Ao eu lírico usa, em seus versos, do recurso das interrogações, que conferem maior dramaticidade às suas palavras. B estão presentes, como recursos que marcam o exagero sentimental, exclamações e reticências. Chá, no texto, manifestações das funções de linguagem apelativa, poética e emotiva. Dos advérbios “já” e “ainda”, no primeiro dos versos transcritos, são marcas temporais que expressam a continuidade do sofrimento. E o eu lírico, no primeiro verso da segunda estrofe, ainda admite fazer parte de um grupo de pessoas felizes.
Respostas
E) o eu lírico, no primeiro verso da segunda estrofe, ainda admite fazer parte de um grupo de pessoas felizes.
Ao mencionar o fato de “vegetar entre felizes”, o eu-lírico estabelece uma distinção antitética entre ele (que vegeta, é infeliz, triste) e os outros (os felizes). Não é um deles, mas um que se distingue deles...
Todas as demais opções estão corretas e são praticamente autoexplicativas. Oportuno lembrar que a presença da primeira pessoa, de exclamações, reticências, perguntas enfáticas, contribui para a função emotiva da linguagem, assim como a figura de uma interlocutora, a quem o eu-lírico se dirige, marca função apelativa. A função poética está no tratamento especial conferido à linguagem, inclusive por meio de figuras (hipérbole, antítese, hipérbato).