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Resposta:
Movimento Operário é um termo que se refere à organização coletiva de trabalhadores para a defesa de seus próprios interesses, particularmente (mas não apenas) através da implementação de leis específicas para reger as relações de trabalho.
Resposta:
No final do século 19, com a Segunda Revolução Industrial, o operariado de países como Inglaterra, Espanha e Alemanha, organiza-se para pressionar os patrões garantirem condições dignas de trabalho.
Porém, nem sempre os problemas eram resolvidos de forma pacífica. Como exemplo temos a Semana Trágica de Barcelona, 1909, quando os operários em greve foram massacrados pelo governo.
Em 1917, o mundo vivia a Primeira Guerra Mundial que fazia estragos econômicos e sociais nos países europeus. Igualmente, assistia a tomada do poder por socialistas e comunistas, na Rússia.
Por sua vez, o Brasil vivia um período de instabilidade econômica provocada pela escassez de alimentos e, consequentemente, de inflação.
As primeiras fábricas, no Brasil, começaram a abrir atraindo camponeses que buscavam na cidade melhores oportunidades de salário e vida. As condições de trabalho nessas fábricas eram as piores possíveis. Não havia legislação trabalhista, as jornadas duravam até 16 horas por dia, mulheres e crianças realizavam trabalhos pesados e as questões laborais eram resolvidas com a polícia.
Organização do Movimento Operário no Brasil
Os operários, na Primeira República, eram organizados em sindicatos estaduais.
A única entidade em nível nacional era a Confederação Operária Brasileira fundada em 1906, por iniciativa dos sindicatos do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Bahia.
Também havia as “Sociedades de Socorro Mútuo” e “Caixas Beneficentes” que tinham caráter social. Estas instituições garantiam assistência médica e indenizações por acidentes de trabalho aos seus membros.
O cenário mudou quando os imigrantes italianos e espanhóis, que vinham trabalhar nas fábricas paulistanas, começaram a divulgar os princípios anarquistas e socialistas através de jornais operários.
Neles, chamavam a atenção para a necessidade de organização e mobilização dos trabalhadores, a fim de conseguirem direitos trabalhistas.
Greve Geral de 1917
Capa do jornal A Gazeta de 9 de julho de 1917 anunciando a greve.
O Início da Greve
A paralisação começou na fábrica Crespi que empregava 2000 trabalhadores, no bairro da Moca. Os operários pediam aumento de salário, redução da jornada de trabalho, proibição do trabalho infantil e do trabalho feminino à noite.
Esse movimento se espalha por outras fábricas do bairro provocando a adesão de mais operários. Inspirados pelas ideias anarquistas divulgadas pelo jornalista Edgar Leuenroth, os trabalhadores fazem os primeiros comícios em bairros e praças públicas.
Ao longo de todo mês de junho várias fábricas somam-se à greve. Em 8 de julho é criado o Comitê de Greve, proposto pelos anarquistas. No dia seguinte, a polícia mata o sapateiro espanhol José Martinez e causa revolta entre os grevistas.
Em 12 de julho, a greve estava decretada. São Paulo amanhece com fábricas, comércios e transportes parados. Diante da forte repressão policial, os operários se recusam a negociar diretamente com os patrões e jornalistas se encarregam de formar uma comissão intermediadora.
Depois de árduas negociações, os operários conquistaram o aumento de 20% de salário, direito de associação e a não demissão dos envolvidos na greve. No dia 16 de julho, um comício realizado no Largo da Concórdia, decreta o fim da primeira greve geral do Brasil.
Consequências
A Greve Geral de 1917 deixou marcas entre os trabalhadores urbanos brasileiros. Desta maneira, podemos citar:
o operariado brasileiro adquire consciência de classe;
desenvolvem-se os primeiros sindicatos a partir das ligas de classe dos bairros;
divulgação e fortalecimento das ideias de esquerda no Brasil;
a resolução de conflitos sociais não deveria ser resolvida através da polícia.
Explicação: