• Matéria: Geografia
  • Autor: esllyluiza
  • Perguntado 6 anos atrás

Que elementos os portugueses difundiram para o mundo? O que ocorreu nos locais em que eles foram recebidos?

Respostas

respondido por: eduardaannyribeiro63
3

Resposta:

Quando os portugueses chegaram aqui, já encontraram os indígenas da região Amazônica usando o látex, extraído da seringueira, para vedar canoas e fazer bolas usadas num jogo parecido com o futebol. Logo o Brasil passou a fazer melhor uso da planta e se transformou no único produtor de borracha. Em 1876, porém, o inglês Henry Wickham contrabandeou algumas sementes de seringueira para a Inglaterra. As plantas que sobreviveram foram levadas para a Malásia e Indonésia e melhoradas geneticamente — o que afundou o glorioso ciclo da borracha amazônica. “Como aqui praticava-se apenas o extrativismo, a produção do exterior passou a ser maior e mais barata”, conta o botânico Antônio Salatino, da Universidade de São Paulo.

Algumas vezes, o contrabando de sementes serviu para consumo doméstico. Originária das Antilhas e América Central, a palmeira-real, ou imperial, foi introduzida no Brasil pelo português Luiz de Abreu e Silva que, aprisionado pelos franceses nas Guianas (também), conseguiu roubar uma muda e fugir.

A planta foi oferecida como presente ao rei Dom João VI, que mandou plantá-la no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, no início do século XIX. Os diretores do Jardim faziam questão de tratá-la com toda reverência e, quando a árvore produzia sementes, mandavam queimá-las para evitar que outros lugares pudessem desfrutar do privilégio real. Nem por isso os endinheirados da colônia se acanharam: escravos que trabalhavam no Jardim escalavam o tronco da palmeira à noite, roubavam algumas delas e as vendiam no câmbio negro. Daí, as sementes roubadas difundiram-se.

O Brasil já ofereceu ao mundo numerosas plantas importantes, além da mandioca e da seringueira, a começar pela madeira que deu nome ao país: o pau-brasil, que era usado pelos europeus para produzir um corante de tecidos e tintas de escrever. Mas isso não é nada perto do que ainda pode oferecer no futuro. “O número de plantas praticamente desconhecidas que o Brasil tem a oferecer é imenso”, garante o economista americano David Hathway, especialista em patentes e biodiversidade, radicado no país há dezoito anos. O Brasil é o maior empório mundial de plantas. Seus recursos podem mudar não só a dieta do mundo como a Medicina. Mas falta capital e tecnologia.

Boa parte dessas plantas mora na Amazônia. Uma preciosidade desperdiçada, por exemplo, é a pupunha , palmeira da qual se aproveita tudo: a raiz é vermicida; o caule serve para a construção de paredes e cercas; as flores fornecem tempero; das folhas fazem-se cestos; e o fruto, delicioso, tem alto valor nutritivo, rico em amido, óleos e proteínas. Cultivada há séculos pelos indígenas, a planta é uma estranha dentro do Brasil e desconhecida no exterior. Se fosse norte-americana, o mundo já estaria comendo pupunha-flakes.

Perguntas similares