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Resposta:
Romance urbano
O trecho a seguir foi retirado do romance A Moreninha escrito por Joaquim Manuel Macedo e publicado em 1844, no Rio de Janeiro. O trecho retrata o momento em que o jovem Augusto declara seu amor a Carolina, uma menina de Quatorze anos, conhecida como Moreninha, num passeio à beira-mar.
(...)
Como de costume, a tarde teve de ser empregada em passeios à borda do mar e pelo jardim. O maior inimigo do amor é a civilidade. Augusto o sentiu, tendo de oferecer o braço à Srª D. Ana: mas esta lhe fez cair a sopa no mel, rogando-lhe que o reservasse para sua neta.
(...)
Em uma das ruas do jardim duas rolinhas mariscavam: mas, ao sentirem passos, voaram e pousando não muito longe, em um arbusto, começaram a beijar-se com ternura: e esta cena se passava aos olhos de Augusto e Carolina!...
Igual pensamento, talvez, brilhou em ambas aquelas almas, porque os olhares da menina e do moço se encontraram ao mesmo tempo e os olhos da virgem modestamente se abaixaram e em suas faces se acendeu um fogo, que era pejo. E o mancebo, apontando para ambos, disse:
- Eles se amam!
E a menina murmurou apenas:
- São felizes.
-Pois acredita que em amor possa haver felicidade?
-Às vezes.
-Acaso, já tem a senhora amado!...
-Eu?!...e o senhor?
- Comecei a amar há poucos dias.
A virgem guardou silêncio e o mancebo, depois de alguns instantes, perguntou tremendo:
- E a senhora já ama também?
Novo silêncio; ela pareceu não ouvir, mais suspirou. Ele falou menos baixo:
- Já ama também?...
Ela abaixou ainda mais os olhos e com voz quase estinta disse:
- Não...Não sei...talvez...
- E a quem?...
-Eu não perguntei a quem o senhor amava.
-Quer que lho diga?...
-Eu não pergunto.
-Posso eu fazê-lo?
-Não lho impeço.
-É a senhora.
D. Carolina fez-se cor-de-rosa e só depois de alguns instantes pôde perguntar, forcejando um sorriso:
-Por quantos dias?
-Oh! Para sempre!... - respondeu Augusto, apertando-lhe vivamente o braço.
(...)
Joaquim Manuel de Macedo. A Moreninha,
págs. 140 e 141. São Paulo, FTD,1991
Romance indianista
Trecho de "O Guarani", de José de Alencar
“Corria o mês de março de 1603.
Era portanto um ano antes do dia em que se abriu esta história.
Havia à beira do caminho que então servia às expedições entre o Rio de Janeiro e o Espírito Santo, um vasto pouso onde habitavam alguns colonos e índios catequizados.
Estava quase a anoitecer.
Uma tempestade seca, terrível e medonha, como as há freqüentemente nas faldas das serranias, desabava sobre a terra. O vento mugindo açoitava as grossas árvores que vergavam os troncos seculares; o trovão ribombava no bojo das grossas nuvens desgarradas pelo céu; o relâmpago amiudava com tanta velocidade, que as florestas, os montes, toda a natureza nadava num oceano de fogo.”
Explicação:
Romance urbanista
O romance urbano, também conhecido como romance da cidade ficou marcado por tentar retratar e criticar os costumes da sociedade carioca em 1830. Teve como primeira obra O filho do Pescador TEO, de 1843, Teixeira e Sousa, no entanto, seu valor é apenas histórico, pois a obra de maior valor dessa tendência foi A moreninha de Joaquim Manoel de Macedo.
Romance indianista
O Romance Indianista, tipicamente brasileiro, foi um das principais tendências do nosso Romantismo. O prestígio do indianismo - que trazia o índio e os costumes indígenas como foco literário - junto ao público foi amplo e imediato.