Como foi o início da invasão nazista a URSS? Como os russos reverteram a situação em Stalingrado?
Respostas
Planejada desde 1933, a invasão da União Soviética pelas tropas nazistas, chamada Operação Barbarossa, foi lançada em 22 de junho de 1941, dando início a um dos episódios mais brutais da era moderna.
Já desde 1933, a liderança nazista se preparava para a guerra contra a então União Soviética, mas a investida, denominada Operação Barbarossa, ocorreria oito anos mais tarde. Em 22 de junho de 1941, um exército de 3 milhões de soldados marchava rumo ao leste da Europa, dando início a uma das guerras mais brutais já vistas na era moderna.
Não foi um ataque preventivo do exército alemão, mas um ataque que ia contra o direito internacional e contra nações e pessoas completamente despreparadas. Foi o início de uma guerra de extermínio, com genocídio e uma ocupação brutal.
O pacto de não agressão entre alemães e soviéticos, fechado quase dois anos antes, ainda valia. Mesmo assim, neste 22 de junho de 1941 foram postos em marcha três milhões de soldados alemães, com tudo o que a indústria de armamento nazista possuía: tanques, aviões, armas.
Na madrugada, começava para a então União Soviética uma luta pela sobrevivência. A lenda de que Hitler teria se antecipado a uma invasão do Exército Vermelho planejada por Stalin perdurou por muitos anos. Mas não há provas históricas disso, segundo o historiador Wolfram Wette.
Império do Atlântico aos Urais
"O objetivo era conquistar a União Soviética e dizimar a população para explorar o país e, num futuro distante, colonizá-lo com alemães, criando um grande império alemão do Atlântico até os Urais", afirma o especialista.
O genocídio dos judeus do Leste Europeu e a morte em massa de civis e prisioneiros de guerra foram planejados. Não houve resistência por parte da elite militar, mas a população alemã reagiu com consternação, apesar da onda de propaganda, temendo que ocorresse uma escalada desastrosa.
Mas ninguém ainda imaginava que milhões de mortes ocorreriam do lado alemão. Além do exército alemão, marcharam também forças dos países aliados Itália, Finlândia e Romênia.
Início do fim
Os países bálticos Belarus e Ucrânia foram simplesmente atropelados. Hitler e seus generais contavam com uma marcha rápida até a capital soviética, previam uma "blitzkrieg" de algumas semanas. Mas se enganaram.
Poucos meses após a investida, o inverno pararia as unidades alemãs antes de chegarem a Moscou. Na perspectiva atual, aquele era o prelúdio da derrota de 1945. Três milhões de soldados alemães não retornariam à terra natal.
"Mas a própria Rússia perdeu dez vezes mais pessoas. Delas, cerca de 10 milhões eram soldados do Exército Vermelho. Mais de 3 milhões eram prisioneiros de guerra russos nos campos alemães. Também 3 milhões de judeus russos foram sistematicamente assassinados pelos alemães. Cerca de 6 milhões de civis soviéticos caíram, de alguma forma, vítimas da política alemã de extermínio", ressalta Wette.
Durante décadas, a responsabilidade alemã pela guerra de extermínio no leste não era tido como um tema abordado em debate público. Os alemães se recordavam, sobretudo, do próprio sofrimento.
Além disso, persistiu por muito tempo a lenda de que o exército alemão praticou uma "guerra limpa", e que a responsabilidade pelos crimes de então fora das organizações nazistas, como as SS.
Até pouco tempo a população alemã jamais havia manifestado piedade pelo sofrimento do lado soviético. Somente pesquisas de historiadores críticos, e mais tarde exposições e debates despertaram um processo de mudança nessa mentalidade.