• Matéria: Filosofia
  • Autor: britoanaju
  • Perguntado 6 anos atrás

Quando Pondé faz referência à equação, momento em que ele diz "retirar os filhos". O que ele quer dizer com essa afirmação?

Respostas

respondido por: lorinhocabrall2016
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Resposta:

Esta tese analisa a institucionalização da obrigatoriedade da instrução pública no

Paraná no período que vai de 1854 a 1889. A partir de 19 de dezembro de 1853, o

Paraná, alçado à categoria de Província, deixa de ser a 5ª Comarca de São Paulo.

Percebendo a instrução como área carente de atenção, o governo provincial

ultrapassa a esfera das discussões legislativas e, em 14 de setembro de 1854,

promulga a Lei nº 17, estabelecendo a obrigatoriedade da instrução pública e as

consequentes penalidades legais para os infratores. A promulgação dessa

legislação tinha como pano de fundo, de um lado, uma elite governamental que

trazia consigo toda uma ideologia citadina de progresso, de ordem e de

normatização para a prosperidade local e nacional, calcada no modelo de homem

civilizado a ser legitimado por meio da escolaridade obrigatória e, de outro lado, uma

população despida de cultura livresca, com hábitos, valores e costumes

conformados pela tradição campeira, dita “rude” e “estacionária”. É nesse panorama

que se insere o problema de pesquisa, questionando em que condições se instituiu a

obrigatoriedade escolar na província paranaense, quais as justificativas para isso e

como se concretizou ou não essa pretensão? Com base na pesquisa bibliográfica e

na investigação documental (legislação educacional, relatórios de governo, ofícios,

correspondências diversas, abaixo-assinados, registros de frequência das escolas,

periódicos, entre outros), foi possível perceber entraves que se colocavam à

generalização da instrução primária e geraram um complexo jogo de “empurra-

empurra” entre várias vozes que ecoavam no sentido de encontrar culpados. Dentre

esses entraves, a pesquisa aponta para os relacionados à ordem escolar, pela

dificuldade encontrada pelo governo, em todo o período, de dotar a Província com

escolas suficientes, professores qualificados e inspeção efetiva, e os relacionados à

ordem social, pela resistência e receio das famílias, que não viam a escola como

lugar apropriado, seja por suas instalações deficientes; pela diversidade de crianças

e jovens que a frequentavam; pelo temor dos efeitos à moralidade que poderia

ocasionar tal reunião de meninos e, principalmente, de meninas; ou, pelo fato de que

os pais que não tiveram acesso aos bancos escolares virem a educação elementar

como dispensável, primando pelo resultado imediato que a mão de obra gratuita que

seus filhos representavam. A junção desses fatores convergiu sobremaneira para

que a obrigatoriedade escolar não fosse sancionada pela maior parte da população,

o que dificultou a concretização do projeto de escolarização da infância paranaense,

escolarização compreendida, pela elite, como um mecanismo de ordenação do

social e de propagação de um ideal civilizatório.

Palavras-chave: Instrução Pública; Obrigatoriedade Escolar; Paraná; Província;

Família; Hibridismo Cultural; Inspeção; Estatística.

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