• Matéria: Filosofia
  • Autor: kailahana44
  • Perguntado 6 anos atrás

resumo sobre o filme que horas ela volta​

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respondido por: anavitoriapere15
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Resposta:

Resumo sobre o filme que horas ela volta​

Também não tem como não sentir na pele o tapa de luva que o filme carrega sobre os valores “normais” de uma sociedade que está habituada a ter alguém trabalhando para si, mas que na verdade despreza e humilha quem é socialmente menos favorecido.  

Interpretados por Karine Teles e Lourenço Mutarelli, os patrões são o estereótipo da elite paulistana: um artista que vive do transbordamento de sua conta bancária com algumas obras que conseguiu vender, e a esposa que é estilista consagrada.  

Val é considerada “quase da família”, mas dorme em um quartinho pequeno e mal ventilado, além de fazer as refeições em uma mesa separada na cozinha enquanto a família se alimenta na sala de jantar.  

A piscina da casa também é território proibido para a empregada, que só chegou perto do local quando o filho dos patrões era criança e precisava de supervisão para se divertir na água.  

Sabendo do interesse da garota pela arquitetura, ele a convida para conhecer o Copan, prédio famoso e turístico da capital desenhado por Oscar Niemeyer.  

Ao longo dias, a aproximação entre os dois vai ficando evidente, mas o interesse dele nela nunca é correspondido por Jéssica, que está realmente achando tudo normal, pois está acostumada a uma situação em que o tratamento entre as pessoas não se limita a sua condição social.  

As faíscas entre Jéssica e Val vão aumentando quando a garota se incomoda com o fato de a mãe ter se acomodado com a situação de empregada em que vive, e aceitar o fato de ter que almoçar na cozinha “de bico calado”.  

personagem de Karine Teles começa a desaprovar a maneira com que Jéssica se sente tão à vontade na casa e pede para que Val “a mantenha da cozinha para lá”, restringindo assim o acesso da filha aos cômodos comuns da casa e deixando-a apenas na área de empregados.  

No dia seguinte pede para a água seja trocada e inventa que “um rato caiu na água”, apenas para mascarar o sentimento mesquinho elitista e a sensação de sentir que água está “contaminada” só porque a “filha da empregada” esteve ali.  

Ela trata Val com carinhos seletivos e frases como “imagina, você é da família”, mas na verdade o que ela faz é mostrar quem manda e quem obedece na casa.  

Esse ponto do filme traduz com certa brutalidade a geração de filhos que são criados pelas empregadas e mal veem os pais durante os dias, ou que quando veem, não prestam atenção porque existem celulares, televisão e qualquer outro artifício que mascare a realidade e permita que se crie uma realidade paralela à que se vive.  

A família realmente crê que ele tem tudo para ser bem colocado na prova, pois estudou em escola privada — considerada boa — durante toda a vida.  

O abalo na estrutura “comercial de margarina” da família rica perfeita se dá quando Jéssica passa na primeira fase do vestibular e o filho deles não.  

Vemos aqui a filha fazendo exatamente o que a mãe fez com ela quando criança, pois Val também vai para São Paulo em busca de um emprego para o menos garantir que Jéssica conseguisse ter uma vida normal, embora sem luxos.  

Val se comove com a situação e ouve os lamentos da filha de que a maneira que ela vive na casa dos patrões não pode se considerada normal ou agradável.  

Depois disso, Val, que sempre amou sua filha, mas não pôde ficar perto dela como queria, resolve alugar uma casa na periferia da cidade, mas que agora garanta que elas vivam juntas e próximas.

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