• Matéria: Português
  • Autor: Shadowhunters13
  • Perguntado 6 anos atrás

O padeiro questao 16 rubem braga

Respostas

respondido por: anomino56
14

manda a questão para eu poder ajudá-lo


kekefe12: Eu não sei qual que é a resposta 16
kekefe12: Me ajuda por favor
respondido por: viniciusguin
21

Resposta:

Leia o texto e responda à questão 16.

O padeiro

Rubem Braga

Levanto cedo, faço minhas abluções,

ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro

a porta do apartamento - mas não encontro o

pão costumeiro. No mesmo instante me lembro

de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera

sobre a "greve do pão dormido" De resto não

é bem uma greve, é um lock-out, greve dos

patrões, que suspenderam o trabalho noturno;

acham que obrigando o povo a tomar seu café

da manhã com pão dormido conseguirão não

sei bem o que do governo

Está bem. Tomo o meu café com pão

dormido, que não é tão ruim assim. Enquanto

tomo café vou me lembrando de um homem

modesto que conheci antigamente. Quando

vinha deixar o pão à porta do apartamento ele

apertava a campainha, mas, para não incomodar

os moradores, avisava gritando:

- Não é ninguém, é o padeiro!

Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia

de gritar aquilo? "Então você não é ninguém?"

Ele abriu um sorriso largo. Explicou que

aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe

acontecera bater a campainha de uma casa

e ser atendido por uma empregada ou outra

pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha

lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a

pessoa que o atendera dizer para dentro: "não

é ninguém, não, senhora, é o padeiro". Assim

ficara sabendo que não era ninguém...

Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e

se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo

para explicar que estava falando com um colega,

ainda que menos importante. Naquele tempo

eu também, como os padeiros, fazia o trabalho

noturno. Era pela madrugada que deixava a

redação de jornal, quase sempre depois de uma

passagem pela oficina - e muitas vezes saía já

levando na mão um dos primeiros exemplares

rodados, o jornal ainda quentinho da máquina,

como o pão saído do forno.

Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele

tempo! E às vezes me julgava importante

porque no jornal que levava para casa, além

de reportagens ou notas que eu escrevera sem

assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu

nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho

na porta de cada lar; e dentro do meu coração

eu recebi a lição de humildade daquele homem

entre todos útil e entre todos alegre; “não é

ninguém, é o padeiro!"

E assobiava pelas escadas.

BRAGA, Rubem. Crônicas I. 28. ed. São Paulo: Ática, 2011 p.

70-71 (Coleção Para gostar de ler)

Questão 16

Em "E assobiava pelas escadas.", a personagem

que assobia era

A) o narrador personagem.

B) alguma empregada.

C) a senhora

D) o padeiro.​

RESPOSTA: se for esse a resposta é a D) o padeiro

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