• Matéria: Artes
  • Autor: veronicarvdl
  • Perguntado 6 anos atrás

c. qual é o tema desenvolvido na historia?

A terra é naturá

Sinhô doutô, meu ofício

É servir ao meu patrão.

Eu não sei fazê comício,

Nem discurso, nem sermão;

Nem sei as letra onde mora,

Mas porém, eu quero agora

Dizê, com sua licença,

Uma coisa bem singela,

Que a gente pra dizer ela

Não precisa de sabença.

Se um pai de famia honrado,

Morre, deixando a famia,

Os seus fiinho adorado

Por dono da moradia,

E aqueles irmão mais véio,

Sem pensá nos Evangéio,

Contra os novo a toda hora

Lança da inveja o veneno

Inté botá os mais pequeno

Daquela casa pra fora.

Disso tudo o resultado

Seu doutô sabe a verdade,

Pois, logo os prejudicado

Recorre às autoridade;

E no chafurdo infeliz

Depressa vai o juiz

Fazê a paz dos irmão

E se ele for justiceiro

Parte a casa dos herdeiro

Pra cada qual seu quinhão.

Seu doutô, que estudou muito

E tem boa educação,

Não ignore este assunto

Da minha comparação,

Pois este pai de famia

É o Deus da Soberania,

Pai do sinhô e pai meu,

Que tudo cria e sustenta,

E esta casa representa

A terra que Ele nos deu.

O pai de famia honrado,

A quem tô me referindo,

É Deus nosso Pai Amado

Que lá do Céu tá me ouvindo,

O Deus justo que não erra

E que pra nós fez a terra,

Este planeta comum;

Pois a terra com certeza

É obra da natureza

Que pertence a cada um.

Esta terra é como o Sol

Que nasce todos os dia

Brilhando o grande, o menor

E tudo que a terra cria.

O sol clareia os monte,

Também as água das fonte,

Com a sua luz amiga,

Protege, no mesmo instante,

Do grandaião elefante

A pequenina formiga.

Esta terra é como a chuva,

Que vai da praia a campina,

Molha a casada, a viúva,

A véia, a moça, a menina.

Quando sangra o nevoeiro,

Pra conquistá o aguaceiro

Ninguém vai fazê fuxico,

Pois a chuva tudo cobre,

Molha a tapera do pobre

E a grande casa do rico.

Esta terra é como a lua,

Este foco prateado

Que é do campo até a rua,

A lâmpada dos namorado;

Mas, mesmo ao véio corcundo,

Já com ar de moribundo

Sem amô, sem vaidade,

Esta lua cor de prata

Não lhe deixa de ser grata;

Lhe manda claridade.

Esta terra é como o vento,

O vento que, por capricho

Assopra, às vez, um momento,

Brando, fazendo cochicho.

Outras vez, vira o capêta,

Vai fazendo piruêta,

Roncando com desatino,

Levando tudo de móio

Jogando arguêiro nos óio

Do grande e do pequenino.

Se o orguiôso pudesse

Com seu rancô desmedido,

Talvez até já tivesse

Este vento repartido,

Ficando com a viração

Dando ao pobre o furacão;

Pois sei que ele tem vontade

E acha mesmo que precisa

Gozá de frescor da brisa,

Dando ao pobre a tempestade.

Pois o vento, o sol, a lua,

A chuva e a terra também,

Tudo é coisa minha e sua,

Seu doutô conhece bem.

Pra se sabê disso tudo

Ninguém precisa de estudo;

Eu, sem escrevê nem ler,

Conheço desta verdade,

Seu dotô, tenha bondade

De ouvir o que vou dizê.

Não invejo o seu tesouro,

Sua mala de dinheiro

A sua prata, o seu ouro

O seu boi, o seu carneiro

Seu repouso, seu recreio,

Seu bom carro de passeio,

Sua casa de morar

E a sua loja sortida,

O que quero nesta vida

É terra pra trabaiá.

Escute o que tô dizendo,

Seu doutô, seu coroné:

De fome tão padecendo

Meus fio e minha muié.

Sem briga, questão nem guerra,

Meça desta grande terra

Umas tarefa pra eu!

Tenha pena do agregado

Não me deixe deserdado

Daquilo que Deus me deu.

​por favor, me ajudem

Respostas

respondido por: yasmincristina59
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Resposta:

a terra é natura acho que é essa

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