em meados do século XIX, quais eram as danças de são sucesso?
Respostas
Parente dos gestos mais elementares da vida, a dança primitiva logo forjou seus ritmos e seus ritos. Dançar era, ao mesmo tempo, viver, transcender o cotidiano, iniciar-se nos mistérios da vida, da morte, da fertilidade. A eloqüência dessa frase de Leitmotiv mágico, se diversificou pouco a pouco. A dança enriqueceu-se de fórmulas e construções que se tornaram passos tão numerosos quanto as palavras, encadeando-se, traduzindo situações, estados de alma. Utilizando as palavras, as batidas de mãos e de pés como acompanhamento, a dança apoderou-se da música.
Esta união foi tão perfeita que se tornou agradável para o homem participar dessa harmonia, sozinho, com uma parceria ou mesmo em grupo. A dança de sociedade ou de salão e a dança teatral iriam se diferenciar rapidamente. As danças de sociedade (pavana, chacona, minueto, valsa, tango), populares e nobres conheceriam vogas mais ou menos longas. A dança teatral – inicialmente dança de corte, executada em um palco com a finalidade de divertir – logo teve que se sujeitar a regras severas; os primeiros mestres começaram a impor normas rígidas a partir do séc. XIV.
Mas, as verdadeiras regras, só apareceram no séc. XVII. (Beauchamp foi o primeiro a codificar as posições fundamentais dos pés). Mais tarde (1700), Feuillet tornou suas, as primeiras definições de Beauchamp. Entre 1820 e 1830, Carlo Blasis deu à dança seus fundamentos decisivos. Antes dele, Jean Georges Noverre estudou os múltiplos problemas colocados pela dança e pelo balé em suas famosas Cartas (1760). Expressividade ou virtuosidade, narração ou abstração, a dança pode ser por si só expressão teatral e manifestação artística, herança do Romantismo. A Sílfide e Giselle, balés brancos, baseados em argumentos ingênuos, ainda tocam o coração do público. Os balés abstratos de Balanchine, arquitetura de corpos e de linhas, seduziram o olhar e o espírito.