• Matéria: Português
  • Autor: vinao0
  • Perguntado 6 anos atrás

Como sabemos, a indefinição, a transcendência e o individualismo são aspectos inerentes à estética simbolista.

 

Com base em tais informações e em seus estudos no decorrer da etapa, LEIA o poema abaixo e, a seguir, DEMONSTRE e EXEMPLIFIQUE como essas três características ocorrem nestes versos:

 

 

Antífona

 

Ó Formas alvas, brancas, Formas claras

De luares, de neves, de neblinas!...

Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...

Incensos dos turíbulos das aras...

 

Formas do Amor, constelarmente puras,

De Virgens e de Santas vaporosas...

Brilhos errantes, mádidas frescuras

E dolências de lírios e de rosas...

 

Indefiníveis músicas supremas,

Harmonias da Cor e do Perfume...

Horas do Ocaso, trêmulas, extremas,

Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume...

 

Visões, salmos e cânticos serenos,

Surdinas de órgãos flébeis, soluçantes...

Dormências de volúpicos venenos

Sutis e suaves, mórbidos, radiantes...

 

Infinitos espíritos dispersos,

Inefáveis, edênicos, aéreos,

Fecundai o Mistério destes versos

Com a chama ideal de todos os mistérios.

 

SOUSA, João de Cruz e. Obras completas. Rio de Janeiro, Aguilar: 1961.

 

Glossário:

 

Turíbulos: suporte utilizado para queimar e espalhar o incenso.

Ara: altar.

Mádida: orvalhada, úmida.

Dolência: dor, sofrimento.

Ocaso: poente, entardecer.

Réquiem: (latim) repouso.

Flébeis: que choram; frágeis.

Volúpico: que expressa grandes sensações, grande prazer sexual.

Mórbido: relativo à doença.

Inefável: indescritível, que não se pode nomear.

Edênico: (bíblia) relativo ao Éden.​

Respostas

respondido por: angeli24lm
2

Resposta:

simbolismo foi uma tendência literária que nasceu na França, com as teorias estéticas de Charles Baudelaire, e floresceu principalmente na poesia, em diversas partes do mundo ocidental, no final do século XIX. É o último movimento antes do surgimento do modernismo na literatura, por isso é também considerado pré-moderno.

Como o nome aponta, a poesia simbolista propunha um resgate dos símbolos, isto é, de uma linguagem que compreendesse uma universalidade. O poeta é, aqui, um decifrador dos símbolos que compõem a natureza ao seu redor. Contra a superficialidade material do corpo, a objetividade do realismo e as descrições animalescas do naturalismo, o simbolismo quer mergulhar no espírito, que se relaciona a algo maior, a uma instância coletiva universal, a uma transcendência

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