• Matéria: Artes
  • Autor: vitulligabriella02
  • Perguntado 6 anos atrás

Quais as principais tecnologias que ajudaram na revolução da música no século XIX E XX ?

Respostas

respondido por: larahaxbartz
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Resposta:

Explicação:O século XX foi palco das mais rápidas e intensas mudanças ocorridas em diferentes campos da sociedade. Duas guerras de proporções globais ajudaram a impulsionar essas mudanças e praticamente todas as áreas do conhecimento humano se desenvolveram de maneira intensa e contínua durante todo o século. Nas artes em geral, os instrumentos (ferramentas), meios de expressão e conteúdos conceituais se tornaram cada vez mais amplos e dinâmicos, possibilitando expressões inovadoras e, até então, não usuais.

A música, especificamente, ganhou novos instrumentos e sonoridades, assim como novos processos de manipulação sonora, de registro e de difusão. Mas estas mudanças não ocorreram subitamente. Ainda na segunda metade do século XIX, muitos compositores tinham em mente, na atividade composicional, uma sonoridade específica, que muitas vezes não estava ligada às estruturas musicais tradicionais. Acordes, escalas e progressões harmônicas cada vez mais carregadas de dissonâncias e encadeamentos pouco ortodoxos, combinações tímbricas inusitadas, deformação das formas musicais, efeitos instrumentais não habituais e outros recursos poucos usuais eram aplicados à composição na busca destas sonoridades. Como exemplo destes anseios, Wagner extrapolou as convenções tonais em função de suas intenções dramáticas e Debussy explorou sonoridades, acordes e escalas exóticas (ao cenário parisiense de meados do séc. XIX), atentando mais ao colorido destas estruturas do que às suas funções dentro do sistema tonal, e ambos ampliaram a percepção da forma musical. Paul Griffiths abre sua história concisa da música moderna afirmando que “se a música moderna teve um ponto de partida preciso, podemos identificá-lo [na] melodia para flauta que abre o Prelude à l’Après-Midi d’un Faune de Claude Debussy” e segue apontando que a partir do final do século XIX e início do século XX, a harmonia diatônica, com seus modos maiores e menores, passaram a ser apenas mais “uma possibilidade entre muitas”, não a mais importante, nem determinante da forma e da função (GRIFFITHS, 1987, p. 7-9). Ora, à medida que o fazer musical foi se desvinculando do conceito de nota, tonalidade, harmonia, convenções técnicas e estilísticas, “pensar a música torna-se assim pensar as forças que giram em torno desta atividade que envolve o som […]” como escreveu o compositor Silvio Ferraz (FERRAZ, 2010, p. 10), e isso ficou claramente demonstrado na produção musical do século XX.

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