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Buscar os vestígios de Lutero – isto é o que atrai muita gente ao Wartburg perto de Eisenach e a outros lugares, nos quais atuou o precursor da Reforma Protestante. No próximo ano, o interesse será especialmente grande: completam-se então 500 anos da divulgação das 95 teses de Lutero. Uma ação que significou profundas transformações – para a Igreja, para outros setores da vida e para o próprio Lutero que, a partir de então, foi considerado um herege. Porque ele se recusou a abjurar na Dieta de Worms em 1521, seus adeptos simularam um sequestro e o trouxeram para cá, para o refúgio do Wartburg.
Uma carroça coberta, como a que transportou Lutero então através do bosque fechado, será exposta no pátio do castelo em 2017. “Encontramos uma carpintaria especial, que irá reproduzi-la”, afirma Günter Schuchardt, satisfeito. Ele é aqui o Castelão, há mais de 20 anos. O título tem antes caráter histórico, não sendo a descrição exata da profissão – de qualquer modo, o circunspecto senhor com os óculos na ponta do nariz nada tem de militar. Porém, é bem condizente o fato de ele ser o único Castelão da Alemanha de hoje. Sua função seria insuficientemente descrita, afinal, com o título de “diretor de museu”. Schuchardt é, ao mesmo tempo, guardião do Patrimônio Mundial da UNESCO, mediador cultural e assessor turístico.
Como tal, ele gosta de esclarecer que, entre os numerosos memoriais de Lutero, o Wartburg é o que atrai o maior número de visitantes: todos os anos vêm cerca de 350 000, mais de um sexto deles é proveniente do Exterior. Principalmente dos EUA, dos países da Benelux e da Europa oriental, muita gente viaja à Turíngia e, em Eisenach, sobe ao castelo que está tão estreitamente ligado à História alemã. Não apenas, mas principalmente por causa de Lutero. Ele viveu ali por quase um ano sob o nome de “Junker Jörg” e traduziu o Novo Testamento para o alemão em onze semanas.
Sr. Castelão, como se pode explicar a importância deste trabalho? Schuchardt fala da Exposição Especial Nacional, que está sendo planejada para 2017 – como uma das três grandes exposições sobre Lutero na Alemanha. Ele descreve as peças históricas extraordinárias da exposição e os símbolos da época, impressos em 3D. Mas ele quer estender a questão de Lutero às pessoas do dia a dia: em videoentrevistas, elas deverão contar o que o grande reformador significa hoje para elas. Schuchardt está curioso sobre o resultado. “Uma coisa é certa: cada geração tem a sua imagem própria de Lutero”.
Não é nenhum milagre. Trilhando os caminhos de Lutero, nota-se rapidamente como é difícil obter uma impressão ampla e realista desse homem. Para isto, há que viajar a muitos lugares – principalmente na Turíngia e na Saxônia-Anhalt – e juntar inúmeras peças de mosaico. Apenas para constatar, no fim, que elas não combinam entre si.
Também em Erfurt, a cerca de 50 quilômetros do Wartburg, encontram-se tais peças. Ali, Lutero iniciou seus estudos em 1501. Anos mais tarde, com medo de morrer durante uma tempestade, ele jurou que se tornaria monge. O mosteiro agostiniano, no qual ingressou, é hoje uma ilha tranquila, em meio ao agitado bairro histórico da cidade. Onde atualmente turistas pernoitam e homens de negócio se reúnem, Lutero viveu durante três anos uma austera vida monástica. E o noviço Lutero foi especialmente rigoroso no que diz respeito à observância das regras – em relação aos outros e a si próprio. Como isto combina com o alegre Lutero, que apreciava as rodas de amigos, gostava de beber cerveja não apenas em razão do jejum e cuja casa sempre foi movimentada?