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Aristóteles dedica alguns versículos à temática da escravidão no Livro III da Ética a Nicômaco e na Ética a Eudemo. Contudo, será no Livro I da Política onde Aristóteles apresenta o seu objetivo de analisar a teoria da escravatura. Assim, no capítulo 3, introduz o tema do senhor e do escravo, traçando o escopo de sua análise: “Em primeiro lugar tratemos do senhor e do escravo, a fim de indagar as necessidades indispensáveis da existência e, simultaneamente, saber se podemos alcançar sobre tal relação um conhecimento mais exacto do que o corrente”. No capítulo 4, Aristóteles apresenta a temática da escravidão quanto a natureza e quanto a função, isto é, define o escravo como “aquele que por natureza não se pertence, mas é o homem de outro, esse é escravo por natureza” e também como “um instrumento com vista a ação”. No capítulo 5, faz uma distinção entre homens livres e escravos: os escravos, naturalmente feitos para obedecer a natureza os modelou com “a força necessária para os trabalhos pesados e dando a outros a postura erecta e tornando-os impróprios para esse gênero de trabalhos, mas tornando-os aptos para a vida de cidadão”, isto é, em homens livres. Ora, esta diferenciação baseada nas condições físicas e, até certo ponto, no uso da razão, torna-se insustentável porque todos os homens – escravos ou livres são naturalmente iguais.