Respostas
Resposta:
A participação da indústria no valor adicionado dos Estados Unidos é muito similar à do Brasil, algo em torno de 11% do PIB. Contudo, a densidade industrial americana é várias vezes maior que a brasileira. Logo, com os supostos 11%, gera-se uma quantidade muito maior de riquezas e de bons empregos. Como mostra exame do espaço-indústria, a riqueza e os bons empregos vêm da relação sinergética e simbiótica entre bens e serviços para criar valor. Investigação das contas nacionais dos dois países e das matrizes de insumo-produto revela que os serviços voltados para a indústria nos Estados Unidos são duas vezes maior que no Brasil em termos de participação no PIB. E, ainda mais importante, a parcela de serviços de agregação de valor e diferenciação de produtos no PIB, que inclui P&D, design, marcas, softwares sofisticados e serviços profissionais especializados, é quase quatro vezes maior que no Brasil.
Explicação:
Primeiro, a atividade industrial dentro do chão-de-fábrica vem mudando substancialmente. Se, antes, a atividade envolvia várias etapas do processamento e da transformação industrial, hoje, boa parte das atividades acessórias e complementares, e até mesmo algumas mais centrais, já foi terceirizada. Contabilidade, folha de pagamento e logística, por exemplo, que tipicamente faziam parte da matriz básica de custos de uma fábrica, já estão no rol das atividades mais comumente terceirizadas. Com o advento da TI na nuvem e de tantos outros serviços fornecidos por arranjos cada vez mais flexíveis e sofisticados, muitas outras atividades antes dentro da empresa passaram a ser providas a partir de terceiras partes, muitas delas até mesmo localizadas em outros países. Consequentemente, o “tamanho” da indústria foi diminuindo ao longo do tempo em termos de emprego e de valor adicionado, o que levou muitos analistas a, precipitadamente, concluírem que a indústria teria encolhido.