• Matéria: Português
  • Autor: pedrogamerhg50
  • Perguntado 6 anos atrás

Texto 1:

NÃO NASCEMOS PRONTOS...

O sempre surpreendente Guimarães Rosa dizia: “o animal satisfeito dorme”. Por trás dessa aparente obviedade está um dos mais profundos alertas contra o risco de cairmos na monotonia existencial, na redundância afetiva e na indigência intelectual. O que o escritor tão bem percebeu é que a condição humana perde substância e energia vital toda vez que se sente plenamente confortável com a maneira como as coisas já estão, rendendo-se à sedução do repouso e imobilizando-se na acomodação. 

A advertência é preciosa: não esquecer que a satisfação conclui, encerra, termina; a satisfação não deixa margem para a continuidade, para o prosseguimento, para a persistência, para o desdobramento. A satisfação acalma, limita, amortece. 

Um bom filme não é exatamente aquele que, quando termina, ficamos insatisfeitos, parados, olhando, quietos, para a tela, enquanto passam os letreiros, desejando que não cesse? Com a vida de cada um e de cada uma também tem de ser assim; afinal de contas, não nascemos prontos e acabados. Ainda bem, pois estar satisfeito consigo mesmo é considerar-se terminado e constrangido ao possível da condição do momento. 

Quando crianças (só as crianças?), muitas vezes, diante da tensão provocada por algum desafio que exigia esforço (estudar, treinar, emagrecer etc.), ficávamos preocupados e irritados, sonhando e pensando: Por que a gente já não nasce pronto, sabendo todas as coisas? Bela e ingênua perspectiva. É fundamental não nascermos sabendo nem prontos; o ser que nasce sabendo não terá novidades, só reiterações. 

Nascer sabendo é uma limitação porque obriga a apenas repetir e, nunca, a criar, inovar, refazer, modificar. Quanto mais se nasce pronto, mais se é refém do que já se sabe e, portanto, do passado; aprender sempre é o que mais impede que nos tornemos prisioneiros de situações que, por serem inéditas, não saberíamos enfrentar. 

Diante dessa realidade, é absurdo acreditar na ideia de que uma pessoa, quanto mais vive, mais velha fica; para que alguém quanto mais vivesse mais velho ficasse, teria de ter nascido pronto e ir se gastando... Isso não ocorre com a gente, e sim com fogão, sapato, geladeira. Gente não nasce pronta e vai se gastando; gente nasce não pronta e vai se fazendo. Eu, no ano que estamos, sou a minha mais nova edição (revista e, às vezes, um pouco ampliada); o mais velho de mim (se é o tempo a medida) está no meu passado e não no presente. 

CORTELLA, Mario Sergio. In: Não nascemos prontos! – provocações filosóficas. Petrópolis: Vozes, 2015 (adaptado).


As reticências marcam uma suspensão da frase, deixando, muitas vezes, uma sugestão para o leitor. Pensando nisso e na leitura completa do texto, as reticências do título poderiam ser substituídas pelo seguinte raciocínio:

 A) porque somos imperfeitos.

 B) para podermos nos construir e superar a cada aprendizado.

 C) pois nunca estamos satisfeitos com o que sabemos.

 D) para podermos envelhecer com tranquilidade e satisfação.

Respostas

respondido por: yasmimalves0869
2

Não sei de certo, mais de acordo com o que eu lí, é a Letra B

respondido por: mariliahortencia8
0

O uso das reticências marcam uma suspensão da frase. Analisando o título do texto "NÃO NASCEMOS PRONTOS..."  as reticências poderiam ser substituídas por: para podermos nos construir e superar a cada aprendizado. Assim a alternativa correta é a B).

Uso das reticências

As reticências quando empregadas em um texto indicam interrupção da lógica do pensamento ou discurso. Logo, as reticências marcam uma quebra na continuidade do texto ou em um título como na questão, sendo motivada pela vontade do próprio  autor e representada graficamente em linguagem escrita com três pontos consecutivos.

Entenda mais sobre Uso das reticências em: https://brainly.com.br/tarefa/51871986

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