Respostas
Resposta:
“Década de 70, tempos de sonhos proibidos. Um casal, Dalton e Lúcia, colegas de escola na adolescência, tinha um sonho: fazer uma escola de crianças pensantes, críticas, criativas e sonhadoras.”
Voltados para esse sonho, andaram em busca da “Terra sem males” (Yvy marã e’ỹ) dos tupi-guaranis. Chegaram à terra das pindobas, Pendotiba, à procura de um sítio. Encontraram um lugar paradisíaco: mata, morros, vales, pássaros e animais silvestres. Era o lugar propício para a criação de uma Aldeia de construção e reconstrução coletiva do conhecimento, habitada por curumins e caciques curiosos, pensantes, críticos e criativos.
Juntaram-se ao casal seus filhos: Maurício, Cristina, Marcelo, Sonia e os avós. Iniciaram a descoberta, a exploração e a apropriação da terra mágica. Foram dois anos de deslumbramento, alegria e felicidade familiar.
A Aldeia foi impulsionada pelas novas experiências da pedagogia moderna mundo afora, nas quais a criança desenvolve um senso de responsabilidade por seu próprio desenvolvimento, contrapondo-se à educação conteudista tradicional. Foram escolhidas linhas metodológicas compatíveis com os princípios educativos adotados, sendo encontrados, principalmente, em Piaget e Montessori. Igualmente presentes em nosso cotidiano, estão autores como Freinet e Paulo Freire. A Aldeia trouxe, em sua essência, impregnados em seus 140 mil m² de área verde, princípios indígenas de coletividade e visão sustentável do mundo, atributos representados no próprio nome.
Na Aldeia Curumim temos o compromisso de promover e qualificar a participação educativa, pois acreditamos que cada criança, individualmente e na relação com o grupo, é capaz de construir conhecimentos e atribuir significado ao mundo em que vive.
O que nos diferencia?
Ser uma escola sonhada e que existe, parafraseando Rubem Alves, em seu livro A escola que sonhei sem saber que existia.
A Aldeia é exatamente isso: uma escola sonhada e que existe! Existe em cada pedacinho de uma grande área em Pendotiba. Existe nos cheiros das plantas que ali florescem e reflorescem há mais de quatro décadas. Existe na imaginação de todos aqueles que por ali passaram e que passam. Existe na criança que, ao subir morros, descobre um mundão de possibilidades e reinventa a infância vivida. Existe no ensino de qualidade que se dá na interação dos conhecimentos contidos nos livros, na natureza que nos envolve, no uso responsável da tecnologia. Existe nas rodas de conversa, nos sorrisos e nas angústias também. Existe nos barquinhos de papel colocados nas poças que são formadas em dias de chuva. Existe nas lendas que são tecidas durante os recreios: bruxas, monstros, lobos… Existe no balançar do vento, na luz do sol, nos gravetinhos e gravetões. Existe no cheiro da comida gostosa que vem da cantina. Existe na liberdade de conversar com a direção. Existe nos pés descalços do menino que sente a textura da terra molhada. Existe na casinha da árvore, que pode ser esconderijo, palácio ou até casinha de João e Maria. Existe na quadrinha, na quadrona e na piscina.
Existe na borboleta azul que não nos deixa esquecer que sonhos viram realidade e se reinventam a cada dia.