• Matéria: História
  • Autor: mayconramos120
  • Perguntado 6 anos atrás

Você concorda que " O Egito não foi apenas uma dádiva do Nilo"

Respostas

respondido por: isadora1316
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Resposta:

Sim, porque é uma criação do homem.

Espero ter ajudado : )

respondido por: line73
0

Resposta:

A maioria dos livros retrata o Egito como sendo uma “dádiva do Nilo” e tal expressão, atribuída a Heródoto (há controvérsias).

Pinta-se uma tese de desenvolvimento egípcio vinculada a fatores geográficos e ao misticismo regente, porém há posições contrárias na doutrina, e, estas dizem que o Egito se consolidou em virtude da organização social voltada para o trabalho, e, sobretudo pelo seu esquema de poder. Assim corroboramos com a seguinte ideia:

“O segredo da civilização egípcia não é etéreo, nem líquido e muito menos um presente da natureza. É humano e decorre da organização do trabalho (…) (Pinsky,p. 87, 2015).”

Assim, a clássica frase, nos passa uma falsa ideia acerca da vinculação do desenvolvimento às cheias do rio Nilo e, na verdade, a organização política, social, econômica e administrativa foi quem fez perdurar a estrutura do território e do povo egípcio antigo. Neste sentido, não queremos aqui ter a pretensão de apagar dos livros tal adágio e nem muito menos afirmar que o rio não foi importante, apenas é válido frisar que o aproveitamento das condições geográficas depende inexoravelmente da capacidade do homem, da sua disciplina e do trabalho do povo egípcio, já que, era circundado por áreas extremamente desérticas, do mar mediterrâneo e vermelho, além de ser cortado pelo famoso rio.

De outra banda frisamos que no Egito, o faraó sustentava a sua própria origem divinizada e figurava como um verdadeiro deus, pois este era chefe religioso, político, militar e juiz. Além disso, o povo egípcio acreditava na continuidade da vida e para isso desenvolveram técnicas de mumificação e construção de sarcófagos.

O trabalho agrícola era executado pelos Felás, e  estes camponeses que compunham parte do povo egípcio não tinham a menor ideia do aparato/sistema organizacional posto pelos faraós. Havia uma alienação (no mundo de hoje não é muito diferente) e neste sopro, quando havia conflito externo o exército/forças militares eram “terceirizadas” e isso permitia uma maior coesão e sutil dominação do sistema/modo de vida egípcio. Apresento-lhes o seguinte trecho com supressões e inserções minhas:

Um cuidado parece ter tomado os faraós, os de não conduzir os felás como soldados, (…) evita-se a transformação dos camponeses em soldados. É o próprio governo que não quer desestruturar o sistema produtivo, Pois quando circunstancialmente são transformados em soldados, não conseguem um resultado brilhante (…) (Pinsky, p.99, 2015).

Com isso, enaltecemos que o esquema de poder vigente à época, aliado a divisão do trabalho, a organização do povo e a submissão dos felás aos faraós, são os reais protagonistas da história egípcia e não apenas à existência do importante rio e suas cheias.

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