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académico quer a nível profissional, cheguei à conclusão de que a região fornece numerosas hipóteses de estudo sobre o modo como as relações entre interesses internacionais, a economia legítima, a criminalidade e a violência política colidem e/ou convergem.
Esta ideia resultou inicialmente da minha investigação académica sobre a relação crime-terror, ao deduzir em 2000 que o Movimento Islâmico do Uzbequistão ganhava força porque Juma Namanganiy tinha conseguido entrelaçar (a fachada de) negócios legítimos com o tráfico de narcóticos.
Os exemplos evoluíram para operações mais sofisticadas ao longo dos anos, à medida que os interesses dos negócios convergiram cada vez mais com os interesses criminosos e políticos. Por exemplo, no Quirguistão surgiram provas que sugerem que, embora os sectores económicos chave estejam frequentemente interligados a actividades ilegais, lhes é facultado acesso sem limitações ao sistema bancário e que atraem investimento estrangeiro.
Em vez de adoptar os ideais democráticos e os mecanismos de mercado, apoiados pelo Ocidente e praticados pelo Ocidente como vias preferenciais através das quais o crescimento económico e a estabilidade política podem ser atingidos, a Ásia Central vê o seu desenvolvimento restringido pelo poder acumulado por regimes autoritários, por oligarcas e redes criminosas.
Além disso, apesar de criticarem regularmente a região pela sua falta de progresso democrático ou a sua incapacidade de controlar a criminalidade e o extremismo crescente, as atitudes dos actores externos têm perpetuado a governação autocrática e a corrupção, o que, por sua vez, alimenta um clima de instabilidade económica, política e social.
A Ásia Central faz parte de diversas lutas em que, de forma intermitente, actores externos competem pela atenção e, em última instância, pelo acesso aos seus recursos
A geo-economia como a Nova Geopolítica
Em termos históricos, a Ásia Central tem sido mencionada no contexto da posição que ocupa na encruzilhada entre o Oriente e o Ocidente, aninhada entre impérios e na fronteira de zonas de conflito e de insegurança (por exemplo, o Afeganistão, a província chinesa de Xinjiang e o Irão). Embora a região tenha sido largamente ignorada durante a Guerra-fria, a sua vitalidade e importância foram rapidamente redescobertas.
A Ásia Central é continuamente reconhecida como um interveniente importante no jogo da energia da região Cáspia, uma passagem para a segurança energética chinesa, um recreio das políticas de poder russas e uma zona de trânsito para a actividade criminosa e para o fervor religioso que é levado ao extremo no Afeganistão.
Em virtude destas realidades regionais, a Ásia Central faz parte de diversas lutas em que, de forma intermitente, actores externos competem pela atenção e, em última instância, pelo acesso aos seus recursos. A concorrência pelo controlo dos recursos regionais é frequentemente exemplificada por acordos económicos e militares bilaterais e multilaterais negociados com os Estados da Ásia Central.
Embora não haja ilusões de que os Estados externos estejam em posição para ditar os termos dos negócios, as elites regionais perceberam que podem equilibrar conflitos de interesses em seu benefício (muitas vezes pessoal). Em consequência disso, conceitos como o primado de direito, a governação corporativa e a transparência nas operações comerciais são com frequência considerados dispensáveis no interesse nacional.
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