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Resposta:
não existe um passado "puro" a ser descoberto e explorado pelos historiadores, ou tampouco a de que só existem interpretações na história, e que essas sejam suficientes para resolver os problemas para se escrever a história dos homens e das sociedades do passado e do presente. Se for correto afirmar que desde, pelo menos, o século XIX esses questionamentos fizeram parte das querelas, quase que constantes, entre historiadores e cientistas sociais, não é menos verdadeiro dizer que, a partir da década de 1970, essas discussões se tornaram ainda mais recorrentes, dadas as metamorfoses que têm sofrido tanto a escrita da história quanto as interpretações sobre o passado.
Um fato histórico trata-se de algo factível que aconteceu na história. Acontece que este fato pode ser interpretado de maneiras diferentes, de acordo com o contexto e as fontes históricas analisadas.
Exemplificando a diferença entre fato histórico e interpretação histórica
Em 1808, a coroa portuguesa, sob ordens do Rei D. João VI, saiu de Portugal e transferiu-se para o Brasil. Este é um fato histórico.
Interpretações históricas consistem nas análises sobre as motivações e consequências que este fato teve.
Por exemplo, enquanto alguns historiadores defendem que D. João VI tomou esta decisão por medo de enfrentar as tropas de Napoleão Bonaparte, uma outra interpretação possível é a de que esta decisão ganhou tempo para prolongar o poder e a influência da coroa portuguesa.
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