Respostas
Os estudos de comunidade podem ser relacionados aos estudos de aculturação, já que as duas perspetivas se preocupavam com os processos de transformação social associados às diferenças culturais. De um lado, foco nas culturas populares rurais. De outro, foco jas populações de imigrantes em suas próprias comunidades. A questão central era a transformação social e cultural em curso na sociedade brasileira, numa urbanização crescente, a culminar com o significativo desenvolvimento industrial vivenciado a partir da década de 1960. Esses intelectuais respondiam a questões da mesma ordem que os intelectuais do período anterior, pois queriam entender a população brasileira nos contextos das suas transformações. Entre as décadas de 1930 e 1960 também foram feitos no Brasil estudos de caráter funcionalista. Principalmente em relação às populações indígenas, o foco passou a ser o estudo do funcionamento das sociedades. Também em relação ao que era então chamado de folclore (manifestações culturais das camadas populares), esse período de transição foi marcado por uma renovação funcionalista. A maioria dos estudos anteriores eram meramente descritivas. Mas agora os novos estudos tinham como foco a mudança social, em que a cultura popular não é mais um vestígio do passado, muito menos sinônimo de atraso. As expressões culturais encontradas em zonas rurais, pequenas cidades, quilombos, e bairros populares de grandes cidades eram manifestações legítimas da cultura de camadas populares em processo de atualização e modificação em consequência da urbanização e modernização no país.