• Matéria: Filosofia
  • Autor: Analice14r
  • Perguntado 6 anos atrás

O que é o belo e o feio ? (filosofia)

Respostas

respondido por: mclaraalzira
151
Ficou meio grande sorry

Será que podemos definir claramente o que é a beleza, ou será que esse é um conceito relativo, que vai depender da época, do país, da pessoa, enfim? Em outros termos, a beleza é um valor ob­jetivo, que pertence ao objeto e pode ser medido, ou subjetivo, que pertence ao sujeito e que, portanto, poderá mudar de indivíduo para indivíduo?

As respostas a essas perguntas varia­ram durante o decorrer da história.

De um lado, dentro de uma tradição iniciada com Platão (séc. IV a.C), na Grécia, há os filósofos que defendem a existência do "belo em si", de uma essência ideal, objetiva, independente das obras individuais, para as quais ser­ve de modelo e de critério de julgamen­to. Existiria, então, um ideal universal de beleza que seria o padrão a ser se­guido. As qualidades que tornam um objeto belo estão no próprio objeto e in­dependem do sujeito que as percebe.

Levando essa idéia a suas últimas conseqüências, poderíamos estabelecer regras para o fazer artístico, com base nesse ideal. E é exatamente isso que vão fazer as academias de arte, principalmente na França, onde são fundadas a partir do século XVII.

Defendendo o outro lado, temos os filósofos empiristas, como David Hume (séc. XVIII), que relativizam a bele­za, reduzindo-a ao gosto de cada um. Aquilo que depende do gosto e da opi­nião pessoal não pode ser discutido ra­cionalmente, donde o ditado: "Gosto não se discute". O belo, dentro dessa perspectiva, não está mais no objeto, mas nas condições de recepção do sujeito.

Kant, ainda no século XVIII, tentan­do resolver esse impasse entre objeti­vidade e subjetividade, afirma que o be­lo é "aquilo que agrada universalmen­te, ainda que não se possa justificá-lo intelectualmente". Para ele, o objeto belo é uma ocasião de prazer, cuja cau­sa reside no sujeito. O princípio do juí­zo estético, portanto, é o sentimento do sujeito e não o conceito do objeto. Ape­sar de esse juízo ser subjetivo, ele não se reduz à individualidade de um úni­co sujeito, uma vez que todos os ho­mens têm as mesmas condições subje­tivas da faculdade de julgar. É algo que pertence à condição humana, isto é, porque sou humano, tenho as mesmas condições subjetivas de fazer um juízo estético que meu vizinho ou o crítico de arte. O que o crítico de arte tem a mais é o seu conhecimento de história e a sensibilidade educada. Assim, o belo é uma qualidade que atribuímos aos ob­jetos para exprimir um certo estado da nossa subjetividade, não havendo, por­tanto, uma idéia de belo nem regras pa­ra produzi-lo. Existem objetos belos que se tornam modelos exemplares e inimitáveis.

Hegel, no século seguinte, introduz o conceito de história. A beleza muda de face e de aspecto através dos tem­pos. E essa mudança (chamada devir), que se reflete na arte, depende mais da cultura e da visão de mundo presentes em determinada época do que de uma exigência interna do belo.

Hoje em dia, numa visão fenomenológica, consideramos o belo como uma qualidade de certos objetos singulares que nos são dados à percepção. Beleza é, também, a imanência total de um sentido ao sensível, ou seja, a existên­cia de um sentido absolutamente inse­parável do sensível. O objeto é belo porque realiza o seu destino, é autên­tico, é verdadeiramente segundo o seu modo de ser, isto é, é um objeto sin­gular, sensível, que carrega um signi­ficado que só pode ser percebido na ex­periência estética. Não existe mais a idéia de um único valor estético a par­tir do qual julgamos todas as obras. Ca­da objeto singular estabelece seu pró­prio tipo de beleza.



O feio

O problema do feio está contido nas colocações que são feitas sobre o belo. Por princípio, o feio não pode ser ob­jeto da arte. No entanto, podemos dis­tinguir, de imediato, dois modos de re­presentação do feio: a representação do assunto "feio" e a forma de represen­tação feia. No primeiro caso, embora o assunto "feio" tenha sido expulso do território artístico durante séculos {pe­lo menos desde a Antigüidade grega até a época medieval), no século XIX ele é reabilitado. No momento em que a ar­te rompe com a idéia de ser "cópia do real" e passa a ser considerada criação autônoma que tem por função revelar as possibilidades do real, ela passa a ser avaliada de acordo com a autenticida­de da sua proposta e com sua capaci­dade de falar ao sentimento.

O problema do belo e do feio é des­locado do assunto para o modo de re­presentação. E só haverá obras feias se forem malfeitas, isto é, se não corres­ponderem plenamente à sua proposta. Em outras palavras, quando houver uma obra feia, nesse último sentido, não haverá uma obra de arte.

Se puder dê melhor resposta, boa noite ;)
respondido por: larissamagrani
10

A relação entre o útil e o belo nas artes vai de encontro com a técnica e com a apreciação através do subjetivismo.

Na Antiguidade, não havia espaço para o "feio", sendo a beleza e a perfeição conceitos relacionados à arte helênica.

A utilidade na obra de arte tem a ver com o tipo de técnica produzida e se há algum interesse em produzi-la, por exemplo, ao expor uma pintura em um museu.

Já o belo está ligado aos sentimentos que aquela arte propõe ao seu expectador, criando e revelando emoções subjetivas e interpretações variadas a cada pessoa.

Assim, a arte tem sua função e precisa ser realizada, mas, ao mesmo tempo, possui um caráter simbólico ao representar o lado sensível e aprimorar os sentidos e a imaginação do seu apreciador.

Link: brainly.com.br/tarefa/17826915

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