Respostas
campo democrático e popular. Contudo, apesar desta afinidade ideológica, como são
educações históricas, elas também podem ter conotações diferentes. E isso não se
constituiu em deficiência, mas em riqueza. Um mosaico de experiências, teorias e
práticas compõem esse campo.
E não se trata de uma dessas educações tentar tutelar outra, pois não teria
sentido, não só porque cada uma tem sua própria história, mas porque, partindo de uma
visão emancipadora, cada uma, no seu campo próprio de atuação, de forma autônoma,
contribui para com a mesma causa. Cada uma tem uma evolução particular, se
transformando ao longo da história, assumindo novos campos de atuação, uma
assumindo mais a causa ecológica, outra a questão de gênero, os direitos humanos; ora
uma se aproxima mais do estado e outra se afasta, uma se assume mais como educação
formal e outra mais como educação não-formal; uma pode estar mais próxima da esfera
pastoral, outra da esfera sindical, uma mais ligada aos movimentos sociais e populares e
outra atuando mais em governos democráticos e populares. São educações que
concebem o Estado e a Sociedade como uma arena (no sentido gramsciano) na qual é
preciso marcar posição, garantir conquistas e conquistar novos direitos, trabalhando com
as contradições e limites existentes tanto no Estado quanto fora dele. É essa diversidade
que configura a grande riqueza da educação popular, da educação social e da educação
comunitária.
A diversidade é a marca desse movimento de educação social, popular, cidadã,
cívica, comunitária. Trata-se de uma rica diversidade que precisa ser compreendida,
respeitada e valorizada. A primeira impressão que se tem é de fragmentação, mas se
olharmos o conjunto desta obra, veremos que ela está unida - “cimentada”, como diria
Antonio Gramsci (1968) - por uma causa comum, chamada pelos movimentos sociais de
“outro mundo possível”. Essa diversidade tem em comum o compromisso ético-político
com a transformação da sociedade, desde uma posição crítica, popular, política, social e
comunitária.
Por outro lado, existem visões conservadoras da educação que utilizam o rótulo da
educação popular, comunitária ou social. O Movimento Brasileiro de Alfabetização
(MOBRAL), que durou de 1967 a 1985, criado pelo regime militar, dizia utilizar o “Método
Paulo Freire”. Paulo Freire não se incomodava com isso, mesmo que achasse muito
estranho. Ele chegou a falar de sua pedagogia emancipadora aos técnicos do MOBRAL,
pouco antes dele ser extinto, em 1985. Paulo Freire insistia que a “história é
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