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A crônica, em geral, é uma pequena narrativa publicada em jornais e revistas e
na qual o cronista demonstra a visão que tem de seu tempo. A própria palavra crônica
é formada pelo radical grego cronos que significa tempo.
O cronista geralmente parte de fatos cotidianos para fazer uma reflexão e,
dependendo do tema escolhido e da intenção do escritor, a crônica pode ter
características variadas. Vejamos alguns tipos de crônica:
Crônica reflexiva – se baseia num fato especifico para fazer uma reflexão mais
aprofundada:
Texto 1
O PLEBISCITO
09 de julho de 2013 | 2h 07
Pai, o que é plebiscito? - assim perguntava o menino, no conto de Artur
Azevedo, em 1890. O mesmo aconteceu comigo.
Estava na sala e de repente meu filho levanta a cabeça e pergunta:
- Pai, o que é plebiscito?
Eu fechei os olhos imediatamente para fingir que dormia. O menino insiste:
- Papai? O que é?
Não tenho remédio senão abrir os olhos.
-Ora essa, rapaz, tens treze anos e não sabes ainda o que é plebiscito?
- Se soubesse, não perguntava.
- Plebiscito, meu filho, é quando o governo pergunta ao povo o que ele acha
de determinado assunto importante para o país. Voltou à tona depois que houve as
manifestações de rua, com mais de um milhão de pessoas protestando contra o caos
brasileiro.
- Que pergunta é importante para o Brasil?
- São muitas perguntas meu filho...
(...)
ARNALDO JABOR - O Estado de S. Paulo
Cônica humorística - expressa uma visão cômica ou irônica dos fatos:
Texto 2
MINHAS FÉRIAS
Eu, minha mãe, meu pai, minha irmã (Su) e meu cachorro (Dogman) fomos
fazer camping. Meu pai decidiu fazer camping este ano porque disse que estava na
hora de a gente conhecer a natureza de perto, já que eu, a minha irmã (Su) e o meu
cachorro (Dogman) nascemos em apartamento, e, até cinco anos de idade, sempre
que via um passarinho numa árvore, eu gritava “aquele fugiu!” e corria para avisar um
guarda; mas eu acho que meu pai decidiu fazer camping depois que viu os preços dos
hotéis, apesar da minha mãe avisar que, na primeira vez que aparecesse uma cobra,
ela voltaria para casa correndo, e minha irmã (Su) insistir em levar o toca-disco e toda
a coleção de discos dela, mesmo o meu pai dizendo que aonde nós íamos não teria
corrente elétrica, o que deixou minha irmã (Su) muito irritada, porque, se não tinha
corrente elétrica, como ela ia usar o secador de cabelo? Mas eu e o meu cachorro
(Dogman) gostamos porque o meu pai disse que nós íamos pescar, e cozinhar nós
mesmos o peixe pescado no fogo, e comer o peixe com as mãos, e se há uma coisa
que eu gosto é confusão. Foi muito engraçado o dia em que minha mãe abriu a porta
do carro bem devagar, espiando embaixo do banco com cuidado e perguntando “será
que não tem cobra?”, e o meu pai perdeu a paciência e disse “entra no carro e vamos
embora”, porque nós ainda nem tínhamos saído da garagem do edifício. (...)
Fonte: Veríssimo, Luis Fernando. O Santinho. Rio de Janeiro. Objetiva
Crônica lírica - expressa as emoções do cronista, seu estado de espírito:
Texto 3
EXISTÊNCIA ÚNICA
Afague tua doce solidão. Não tenhas medo deste eco quando gritas no escuro.
Se está só, então, não está só. Tua companhia é a melhor companhia. Pegue o
próximo trem que te levará para lugares onde nunca esteve. Solte o ar que te mantém
aprisionada. Levite ao dançar. Convide o mar. Livre-se destes paradigmas, desta
mania de sempre acreditar no tolo e ingênuo coração. Aprenda amar teu brilho, tua
existência única. Vá além. Um passo a mais. Vá tão longe a ponto de perguntar se será
capaz de encontrar o caminho de volta pra casa. Aprenda a dizer não. Aprenda a sorrir
além. Aprenda a confiar em mim.
JULIANO MARTINZ
Ao ler as crônicas, podemos notar que, mesmo fazendo abordagens diferentes
sobre os temas, elas possuem características em comum.
A crônica, geralmente, estabelece um diálogo com o leitor, usa linguagem informal, baseia-se em fatos cotidianos, aproxima-se do jornalismo ou da literatura e contém crítica, humor, ironia, lirismo ou reflexão. Uma diferença que podemos ver entre os trechos de crônicas acima é que, na crônica reflexiva, predomina a argumentação, na humorística
predomina a narração e na lírica, a presença de linguagem figurada.
O narrador (quem conta a história) pode ser:
Observador - que conta a história, geralmente, em 3a pessoa, como alguém que
observa de fora, sem participar dos acontecimentos;
Personagem – Que participa da história como personagem e, por isso, narra em 1a
pessoa;
Onisciente – conhece tudo sobre os pensamentos e sentimentos dos personagens.
1 - Olhando para os três trechos de crônicas apresentados na explicação, responda:
a. Quais crônicas foram narradas em 1a pessoa?
b. Retire um trecho da crônica O Plebiscito que comprove que o narrador é do
tipo narrador personagem.
2 – Retire do texto 3 uma frase carregada de linguagem figurada.
Respostas
respondido por:
3
Resposta:
A) texto 1 / texto 2
b) Estava na sala e de repente meu filho levanta a cabeça e pergunta:
- Pai, o que é plebiscito?
Eu fechei os olhos imediatamente para fingir que dormia. O menino insiste:
- Papai? O que é?
Não tenho remédio senão abrir os olhos.
-Ora essa, rapaz, tens treze anos e não sabes ainda o que é plebiscito?
- Se soubesse, não perguntava.
- Plebiscito, meu filho, é quando o governo pergunta ao povo o que ele acha
2) "Solte o ar que te mantém
aprisionada. Levite ao dançar. Convide o mar. Livre-se destes paradigmas"
mariomarcio1384:
nossa mano! muito obgdaaaaaa
respondido por:
2
Resposta:
Seus temas, em geral, são ligados à vida cotidiana urbana.
Explicação:
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