Não me chamo índio
Quando os espanhóis desembarcaram na América, pensando ter encontrado um caminho alternativo para se chegar às Índias, por isso deram aos habitantes que encontraram a designação índio. Com o passar dos anos, mesmo após saberem que não estavam nas índias, mas sim na América, o termo “índio” já havia se consolidado e continuou sendo utilizado como padrão de identificação de todos os nativos brasileiros.
Definir os nativos do Brasil como “índios” não é apenas encubá-los em uma denominação genérica, como também ignorar as peculiaridades culturais de cada grupo. No momento da chegada dos portugueses ao Brasil, estima-se que a população indígena era de aproximadamente cinco milhões de habitantes, o equivalente à metade do coeficiente da população portuguesa hoje. Esses milhões, embora compartilhassem de elementos culturais comuns, eram grupos que não se entendiam como um só. Tinham linguagens e códigos diferentes, rituais e relações familiares constituídas de forma distinta uma das outras. Algumas tribos eram amigas e outras guerreavam entre si. De nenhuma maneira se entendiam como iguais uns aos outros.
Os portugueses, contudo, um tanto por desinteresse pelo outro, quanto pelo projeto catequizador, optaram por homogeneizá-los, comprimiram as diferenças dos diversificados povos indígenas e ignoraram as peculiaridades com a utilização do termo índio.
Procedendo assim, os europeus desfalcaram os estudos da cultura indígena e a identificação de suas raízes culturais. Vasculhando os documentos e diários portugueses sobre os nativos, pouco é possível descobrir. Apenas ultimamente que etnólogos e historiadores remontar um pouco da história dos povos indígenas. Mesmo que esbarrando na falta de documentos, os últimos anos têm comprovado que os esforços em reconstruir a cultura indígena vêm dando certo.
Em 1757, o Marquês de Pombal instituiu o Diretório da Norma Culta. Um documento que definia que a língua portuguesa deveria ser a única falada em todo o Brasil. Após esse decreto, vários índios tiveram que aprender o português e abandonar suas línguas. Alguns anos depois, surge uma gramática chamada de Manual de se ensinar selvagens a falar, um método prático de se ensinar a língua portuguesa aos índios. Com essas medidas, aos poucos, a linguagem dos povos indígenas ia sendo apagada do Brasil, porém deixava rastros.
A partir do texto de Wellington Borges, apresente o porquê que não deveríamos usar a expressão “índios” para os povos nativos das terras que hoje são o Brasil?
karinaxandu:
qual resposta você colocou...? tô precisando dessa resposta também
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Resposta:
os portugueses usaram essa expressão porque pensaram que haviam chegado nas índias, por isso índio.
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