Respostas
Resposta:
Explicação:
RESUMO: Neste artigo, buscaremos entender o uso do esporte como ferramenta
diplomática e política por países, governos e seus comitês olímpicos, procurando
entender o movimento de boicote aos jogos dentro do contexto de disputa política da
Guerra Fria e da disputa ideológica entre comunismo e capitalismo. Para isso, é
necessário compreender as origens do Esporte Moderno e dos Jogos Olímpicos
modernos, em seus contextos e conjunturas iniciais. Analisaremos outro caso de
combinação explícita entre esportes e política: o caso das Olimpíadas de Berlim de
1936, realizadas durante o governo nazista de Adolf Hitler. Em seguida, enfocaremos
o caso das Olimpíadas de Moscou de 1980, em seu contexto de aumento das tensões
entre Estados Unidos e União Soviética e da politização dos jogos através do boicote
Resposta:
O uso do esporte como símbolo de disputa entre dois sistemas é constante no
período da chamada Guerra Fria, com a polarização entre as duas maiores potências
do contexto, EUA e a URSS. Em 1921 a URSS já traz o esporte para sua esfera de
governo, com a criação do “Esporte Vermelho Internacional”, que é afiliado à
Internacional comunista. A URSS já deseja integrar os países participantes do COI no pós Segunda Guerra, e não encontra dificuldade com os líderes do comitê.
5 A URSS
deveria seguir as regulamentações do COI, como a separação do Comitê Olímpico
Soviético do governo soviético, o que na prática não existiu: o Comitê sofria grande
intervenção estatal, o que não atrapalha a aceitação da URSS no COI em 1951. Outra
demonstração do alto grau de intervenção governamental soviética foi a escolha do
representante russo no COI. A URSS queria indicar o nome de seu representante para
o COI, o que era contra a regulamentação, mas tal intento foi permitido, sendo
Kostantin Andrianov escolhido para ocupar o cargo. O esporte soviético passou então
a ter grande investimento estatal, já que uma ideia de superioridade ideológica era
ligada à lógica de qual país levava para casa mais medalhas Com o sucesso soviético nos jogos, os EUA e outros países ocidentais
começaram a adotar a mesma medida soviética de esportes financiados pelos
Estados.
6 As vitórias e as medalhas podem ser usadas para angariar apoio e
demonstrar força, internamente e de forma internacional, de Estados e governos e
também como elemento de política internacional. O esporte soviético e suas
competições seriam também “vitrines” de suas políticas em relação ao resto do
mundo: enfrentamento em alguns momentos e détente em outros. Em 1959, o time de
basquete soviético perde um título por se recusar a jogar contra o time de Taiwan; em
um jogo de eliminatória da Copa do Mundo contra o Chile, ainda sob o governo
socialista de Salvador Allende, os soviéticos vencem em Moscou, mas, antes do outro
jogo em Santiago, o Chile passa por um golpe militar e passa a ser controlado por
Augusto Pinochet: o time da URSS se recusa então a jogar.
7
O esporte passa a ser então um dos elementos possíveis de serem trabalhados
na diplomacia, segundo Suppo: