O piolho viajante
Antonio Manuel Policarpo da Silva
Eu nasci lá para a Asia. Nasci fora de tempo. Minha mãe esteve em perigo de
vida, mas, mesmo assim, nasci, ainda que piolho, bastante grande e largo, tanto que
muitas vezes me confundiam com um percevejo. Sai todo à minha mãe, principalmente
nos olhos. A minha cor é cinzento-escura.
A primeira cabeça onde pus o pé e o dente foi a de um teimoso, mas um homem
bom, ele tinha a maior vaidade em dizer que tinha piolhos.
Passados dias, o teimoso decidiu tentar criar cabelo, para isso untava a cabeça
com banha. Não é que deu certo o remédio? Porém originou a desgraça de eu ter de
passar a outra cabeça.
Acontece que o teimoso vivia com uma teimosa e foi na cabeça dela que eu fui
parar. A mulher, porém, resolveu que precisava ir ao cabeleireiro. Quando acordei me vi
preso no pente e me pus na cabeça do amigo cabeleireiro. Também não passei mal na
cabeça do amigo cabeleireiro. A cabeça parecia uma moita. Era verdadeiramente um
mato bravo, cheio de muita bicharia. Aos domingos, ele sala para dançar. Estando numa
contradança, esbarrou com uma senhora e deram tão grande cabeçada que cal para a
cabeça da Dama. Eu fiz minhas tentativas de saltar ao chão, para voltar à antiga
cabeça, mas como estava tudo em desordem, receei ser pisado e fui parar na cabeça
da nova senhora (...).
Revista CHC das crianças, Ano 2, p.12, mai. 2008. Adaptado. (P050139A9_SUP)
O narrador desse texto é:
(A) uma mãe
(B) um percevejo
(C) um piolho
(D) uma criança.
(E) o próprio autor.
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Resposta:
Oie, a letra D, um piolho
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