Respostas
Freud encontrou na mitologia grega um grande substrato para a compreensão dos processos psíquicos de seus pacientes. Há um caráter universalista na sua abordagem e uma afirmação da necessidade da interpretação simbólica do mito.Considera este como fruto do mecanismo psíquico da projeção:
(...) não compartilhamos, com efeito, a opinião de alguns mitólogos segundo a qual os mitos foram lidos no céu. Pelo contrário, julgamos, antes (...) que foram projetados no céu depois de haver nascido em outro lugar e sob condições puramente humanas. E este conteúdo humano é o que nos interessa neles.(“ O tema da escolha de um cofrezinho /(1913)”.
Freud analisa com bastante interesse os artistas e suas obras, os mitos e a religião, e confere um especial destaque aos sonhos. Em 1912, escrevendo sobre o inconsciente, Freud afirmou que a interpretação dele constituía “o mais completo trabalho que a jovem ciência havia realizado até aquele momento (A interpretação dos sonhos, 1912:30)”.
Não aborda uma definição própria do mito, mas o vê imerso em meio às outras manifestações humanas que expressam conteúdos inconscientes e trabalham com o conteúdo próprio destes, como os sonhos, as artes,etc.
A obra freudiana admite um espaço para que possamos pensar os mitos e ritos como tendo uma função no trabalho de simbolização e elaboração, senão da morte, ao menos da perda.